Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2025
Para além das teorias da conspiração que prosperaram no bolsonarismo após a divulgação de um dos depoimentos da delação de Mauro Cid à Polícia Federal, publicado pelo jornalista Elio Gaspari em sua coluna de domingo, aliados do ex-presidente também passaram a contar detalhes da relação de Michelle Bolsonaro com Cid para tentar minar a credibilidade do depoimento.
De acordo com os aliados do ex-presidente, Cid não tinha como saber e nem afirmar que a ex-primeira dama fazia parte do grupo mais radical entre as pessoas que gravitavam em torno de Bolsonaro, como o ex-ajudante de ordens afirmou em seu depoimento, porque ela detestava o auxiliar a ponto de os dois não se falarem.
Golpe de Estado
No depoimento cuja íntegra foi publicada por Gaspari, Michelle e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foram descritos como integrantes da ala que defendia um golpe de Estado armado para impedir a posse de Lula.
“Cid não pode atestar que a Michelle queria ou sugeria qualquer coisa, porque ela detestava ele. Quando ela entrava num ambiente, ele saía. Todo mundo sabia disso”, diz um interlocutor muito próximo de Jair Bolsonaro. “O presidente não ia ser doido de confidenciar ao Cid algo que a Michelle disse.”
De acordo com outro aliado, Michelle chegou a exigir a demissão de Cid em 2019, mas não foi atendida pelo marido. “Ela achava ele entrão e cheio de iniciativa”, afirmou.
Polvorosa nos bastidores
O vazamento de um depoimento da delação de Cid colocou os aliados do presidente em polvorosa nos bastidores. Eles passaram a temer que a divulgação dos detalhes servisse de pretexto para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a trama golpista, decretar alguma medida contra o filho do ex-presidente – como por exemplo reter seu passaporte.
Na semana passada, Eduardo e Michelle estiveram em evidência por terem participado de vários eventos da posse de Donald Trump, nos Estados Unidos. Investigadores da Polícia Federal, porém, afirmam que essa teoria “não tem nada a ver”. As informações são do jornal O Globo.