Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2020
A Rússia divulgou, nesta sexta-feira (10), novas estatísticas de mortes por Covid-19 nos meses de abril e maio, indicando uma taxa de mortalidade que é mais que o triplo da registrada em dados oficiais anteriores. Segundo o Serviço Federal de Estatística, foram registradas 15.277 mortes relacionadas ao coronavírus nos dois meses, incluindo 9.192 em que a Covid-19 foi relatada como a principal causa. O número divulgado anteriormente era de 4.831 mortes por coronavírus em abril e maio.
Com os novos dados, a taxa de mortalidade passa a ser de 3,7%, três vezes a relatada anteriormente, mas ainda abaixo dos 4,5% de países como a Alemanha. Os números são divulgados dias depois de um referendo que deu ao presidente Vladimir Putin a possibilidade de estender o mandato até 2036.
Os dados anteriores não incluíam casos em que o vírus estava presente, mas não era considerado a principal causa da morte. Segundo as últimas estatísticas, as mortes na Rússia em maio aumentaram 12% em relação ao ano anterior, impulsionadas principalmente pela Covid-19.
Os novos casos na capital, Moscou, vêm mostrando uma tendência de queda nas últimas semanas, razão pela qual as autoridades anunciaram na quinta-feira (9) uma nova etapa de relaxamento das medidas de confinamento, que vai entrar em vigor nesta segunda-feira (13).
Apesar de inicialmente elogiada, inclusive pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a resposta russa à Covid-19 não evitou que o número de casos chegasse a 713.936, o quarta maior do mundo. Vulnerabilidades conhecidas da Rússia, como o estado dos hospitais, ficaram mais evidentes na pandemia.
Segundo levantamento do portal The Moscow Times, não há, por exemplo, respiradores suficientes, mesmo nas áreas mais ricas, como Moscou e São Petersburgo. Nas regiões orientais, os governos locais têm dificuldade de conseguir equipamentos de proteção, como máscaras e luvas.
Nesta sexta, a OMS registrou um aumento recorde diário em casos de coronavírus no mundo, com 228.102 novas infecções em 24 horas. Os países com os maiores números de novos casos foram Estados Unidos, Brasil, Índia e África do Sul, de acordo com um relatório diário.