Terça-feira, 07 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2020
Em seu mais recente boletim epidemiológico, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) do Rio Grande do Sul aponta a ocorrência dos oito primeiros casos autóctones – contraídos dentro do próprio território gaúcho – de dengue neste ano. Os pacientes moram em Porto Alegre, Novo Hamburgo (2), Cruz Alta, Ijuí, Santo Ângelo, Rio Grande e Capão da Canoa.
O relatório abrange o período de 1º de janeiro a 19 de fevereiro. Já são 20 casos ao todo, se incluídos os “importados” (contraídos fora do Estado) – três em Porto Alegre, outros três em Caxias do Sul e um caso em cada uma dessas cidades: Pejuçara, Redentora, Rio Grande, Santa Bárbara do Sul, São Marcos e Sapiranga. Outras 99 suspeitas foram descartadas e 198 seguem sob apuração.
A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que tem presença massiva em parte considerável do Rio Grande do Sul. De acordo com o Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), 377 das 497 cidades gaúchas apresentam infestação pelo inseto, fato que preocupa as autoridades de saúde. Em 2019, o Estado registrou oficialmente um total de 1.338 casos de dengue, dos quais 1.180 eram autóctones (quase 90%).
A doença
Doença febril grave causada por um arbovírus (transmitido por picadas de insetos), a dengue pode ser contraída por indivíduos de todas as faixas etárias, mas as pessoas mais velhas apresentam maior risco de desenvolver versões graves e outras complicações fatais – sobretudo quando a pessoa já possui alguma doença crônica, mesmo sob tratamento (diabetes e hipertensão, por exemplo).
Normalmente, o primeiro sintoma é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.
Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).
Na maioria dos casos, a cura ocorre de forma espontânea após dez dias. A principal complicação é o choque hemorrágico, com perda de aproximadamente 1 litro de sangue, o que faz com que o coração perca capacidade de bombear o fluído vital para todo o corpo. Como toda infecção, a dengue pode levar ao desenvolvimento de complicações como Síndrome de Gulliain-Barre, encefalite e problemas neurológicos.
Transmissão
Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmitir o vírus para outras pessoas. Também há registro de contaminação por transfusão sanguínea.
Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além da gestante estar mais exposta para desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte. Por isso, é importante combater o inseto, fazendo limpeza adequada e não deixando água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas ou outros recipientes que possam servir de reprodução para o Aedes Aegypti.
Em populações vulneráveis, como crianças e idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.
(Marcello Campos)
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