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Rio Grande do Sul A tragédia no Rio Grande do Sul abriu espaço para uma polarização entre PT e bolsonaristas em um Estado governado pelo tucano Eduardo Leite e comandado por partidos de centro há quase uma década

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Pela lei, o alistamento eleitoral torna-se obrigatório aos 18 anos e deve ser realizado até os 19 anos. (Foto: Reprodução)

A tragédia no Rio Grande do Sul abriu espaço para uma polarização entre PT e bolsonaristas em um Estado governado pelo tucano Eduardo Leite e comandado por partidos de centro há quase uma década.

Essa é a aposta de dirigentes de ambos os lados, que se movimentam para capitalizar seus quadros como forma de acabar com a hegemonia de MDB e PSDB no Estado. O primeiro teste será na eleição municipal, mas a expectativa é que esse cenário também se repita no pleito de 2026.

Nos bastidores, a avaliação de petistas e bolsonaristas é que a população local tende a responsabilizar os dois principais grupos políticos que estavam à frente do Estado no momento da tragédia: o PSDB, com o governador Eduardo Leite, e MDB, do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. Neste sentido, um dos termômetros deve ser justamente a eleição para a prefeitura da capital.

A principal adversária de Sebastião Melo em Porto Alegre, por exemplo, será a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que já tem recebido apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e terá a máquina federal a seu favor. Neste sentido, integrantes da equipe dela admitem que um dos focos da campanha devem ser os erros da gestão emedebista na crise.

“Eu acho que a eleição em Porto Alegre tende a polarizar. Um dos temas vai ser a gestão do sistema de proteção à cidade”, opinou Cícero Balestro, da coordenação do grupo de trabalho eleitoral do PT gaúcho.
Interlocutores do prefeito Melo admite que a tragédia climática transformou uma “reeleição bem encaminhada” em um cenário imprevisível para outubro.

O PT aposta também na força de Lula para reverter o quadro político na capital do Estado. Isso porque, na eleição presidencial de 2022, o petista teve 53,50% do total de votos em Porto Alegre. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha 46,50% dos eleitores.

Escolhido como ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Estado, Paulo Pimenta é uma das apostas do PT para romper o domínio dos partidos de centro em 2026, ainda que não esteja definido se ele irá tentar o governo estadual ou uma vaga ao Senado.

De olho no enfraquecimento de Leite, por exemplo, o Palácio do Planalto cogitava fazer um ato político para marcar o primeiro mês da “gestão” de Pimenta à frente da Secretaria Extraordinária. Se confirmado, o evento isolará o atual governador, que tem ficado de fora de alguns dos principais anúncios voltados aos moradores atingidos pelas enchentes.

O PL de Jair Bolsonaro, por sua vez, prepara o nome do deputado federal Luciano Zucco para as próximas eleições no Estado. No final do ano passado, Zucco recebeu a “bênção” de Bolsonaro e se desfiliou de seu antigo partido, o Republicanos, justamente para seguir os passos do ex-presidente, quando migrou para o PL.

Ao ingressar na legenda, o deputado ganhou a presidência do PL de Porto Alegre e passou a ser cotado como pré-candidato à prefeitura da capital. Ele acabou desistindo dessa disputa porque o partido fechou um acordo para apoiar a reeleição de Sebastião Melo, que terá uma vice indicada pela sigla.

No âmbito estadual, entretanto, Zucco é forte candidato para se opor a Leite. O deputado chegou a viajar junto com Bolsonaro por cidades do interior de São Paulo para angariar doações para o Estado.

Nas redes sociais, ele também tem adotado discursos “anti-establishment”. Recentemente, gravou um vídeo ao lado do coach Pablo Marçal, a quem elogiou por ter sido “um herói” nas enchentes. Na mensagem, os dois usaram o bordão “o povo pelo povo”, repetido por líderes da extrema direita para evidenciar a dificuldade do Estado no socorro às vítimas das cheias.

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