Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2021
Dados preliminares de um estudo feito pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca indicam que a vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica com a universidade britânica induz resposta adequada contra a chamada variante brasileira do coronavírus, disse à Reuters nessa sexta-feira (5) uma fonte com conhecimento sobre o assunto.
De acordo com a fonte, os dados preliminares do estudo, realizado após envio de amostras pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indicam, até o momento, que não será necessário fazer adaptações à vacina para que ela proteja contra a variante brasileira (P1) e que tem se mostrado mais transmissível que cepas anteriores do coronavírus.
“Os resultados preliminares são bem adequados para a P1. Indicativo de que não necessita (de adaptação da vacina)”, disse a fonte, que falou sob anonimato.
Ela acrescentou ainda que os resultados definitivos do estudo devem sair “muito em breve”, possivelmente ainda no mês de março.
Em nota, a AstraZeneca confirmou que “atualmente, há estudos em andamento para avaliar a resposta imune” da vacina à “variante P.1 (brasileira). Esses dados serão publicados tão logo estejam disponíveis”.
A variante do coronavírus descoberta inicialmente em Manaus (AM) vem sendo apontada como um dos possíveis fatores que levaram ao recrudescimento da pandemia de covid-19 no Brasil. A doença já matou mais de 260 mil pessoas no País.
A Fiocruz firmou parceria com a AstraZeneca para o envase e futura produção integral da vacina contra covid-19 no Brasil e é a maior aposta do governo Bolsonaro. Até o momento, 4 milhões de doses da vacina importadas prontas da Índia estão sendo aplicadas no Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.
A expectativa da Fiocruz é que as primeiras doses da vacina envasadas no Brasil sejam entregues ao Ministério da Saúde a partir de meados deste mês.
Um quinto
Ao menos 13 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford que eram esperadas para o mês de março não devem ser entregues nesse prazo, indica um novo cronograma do Ministério da Saúde.
Em 22 de fevereiro, a pasta previa receber 4 milhões de doses importadas da Índia, que no calendário atual foram “diluídas” nos meses seguintes. Eram aguardadas ainda 12,9 milhões envasadas pela Fiocruz, que agora foram reduzidas para 3,8 milhões.
A quantia de março passou, portanto, de 16,9 milhões para 3,8 milhões de unidades, apenas um quinto do esperado. O número também é muito inferior à previsão que a Fiocruz vinha divulgando no último mês, de 15 milhões.
O ministério afirmou que “o cronograma está sujeito a alterações, muitas vezes por questões de organização dos laboratórios na entrega das doses ou na capacidade de produção e distribuição”. Também disse que sempre ressalta que há possibilidade de modificações.