Quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de março de 2021
Um estudo realizado pela prefeitura de São Paulo e pela Universidade de São Paulo (USP) divulgado nesta sexta-feira (26) aponta que a variante brasileira da covid-19, conhecida como P1, atinge 64% dos infectados da capital paulista.
Principais pontos do estudo:
— Entre os vírus que circulam na capital, mais de 71% são das duas variantes;
— A taxa de mortalidade entre quem foi infectado pelas novas variantes e ficou em estado grave é de 35%;
— A variante P1 atinge principalmente pessoas mais jovens, entre 20 e 54 anos;
— Estudo serviu de base para a criação de novo protocolo de manejo para pacientes de covid na cidade.
O levantamento foi feito em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da USP, utilizando testes PCR coletados no início do mês de março, para identificar em 73 amostras quais apresentavam variantes.
Dessas, 47 continham as variantes – 64,4% pertencem ao grupo P1, que teve o primeiro caso confirmado em Manaus, e cerca de 6,8% pertencem à variante do Reino Unido.
Desse modo, mais de 71% do vírus que circulam na capital são das duas variantes.
O secretário ainda destacou que a taxa de mortalidade é de 35% entre os pacientes em estado grave contaminados pela nova variante, que apresentam agravamento no quadro clínico entre o quinto e o sexto dia de contato com a doença.
Como forma de conter a disseminação do vírus, o governo estadual anunciou nesta sexta que a fase emergencial será prorrogada até o dia 11 de abril.
De acordo com Edson Aparecido, a variante P1 aparece principalmente em pacientes mais jovens.
“Na população de 20 a 54 anos é onde hoje se concentra o maior número de casos confirmados de covid-19. É exatamente uma característica acentuada dessas novas variantes. São esses os pacientes que em número cada vez mais acentuado procuram o sistema de saúde quase sempre em estágio avançado.”
O secretário disse, ainda, que em função desse estudo, a Secretaria Municipal de Saúde decidiu fazer alterações no protocolo de tratamento na atenção básica do município.
A prefeitura de São Paulo também anunciou nesta sexta um novo protocolo de manejo clínico dos pacientes com covid-19 na cidade.
De acordo com Sandra Maria Fonseca Sabino, secretária executiva de Atenção Básica, Especialidade e Vigilância, o protocolo foi modificado devido as características da variante P1.
“Os pacientes avançam com a patologia sem sintomas até estarem gravemente e clinicamente doentes. Assim, quando ele apresenta os sintomas, é rapidamente internado e por vezes intubado, precisando de um leito de UTI. É por isso que eu apelo a toda a população para que, aos primeiros sintomas, principalmente os pacientes jovens, que valorizem esses primeiros sintomas e procurem a UBS para o monitoramento.”