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Carlos Alberto Chiarelli A Venezuela de Caldeira

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Agora, ao falar-se nas novidades com que se criou e, muitas delas, com que se estimulou e alargou o debate de ideias e conceitos e sacudiu as universidades, as academias e os chamados “centros de saber” há tantos quantos como se sábios fossem. Dando a sua versão interpretativa do texto valioso pelo qual tratavam; mais ainda, quando surgia nos círculos do saber uma tese inovadora com os argumentos que pareciam consolidados. Eram argumentos que pareciam solidificar o artesanato de fabricação do ideal. Era ela que bombardeava, tentava (e, às vezes, conseguia), fazer uma operação de ataque invasor; pela forma dos confrontos, muitas – ofendendo ou ofendido – vezes sem conta se chegava a um possível encontro bilateral.

Assim foi com Leão XIII e sua encíclica Rerum Novarum que, se opondo aos comunistas Marx e Hegel, responsáveis pelo “Capital” e, sobretudo, pelo Manifesto Comunista, chamou para o confronto cerebral e político com vistas ao mundo das opiniões quem pensasse e, mais adiante, quem assumisse com o rosto ao vento quer a propagação vermelha de 1848 ou quer a tese envolvendo por sábia e comprometida a Igreja Católica.

E, assim, surgiram no mundo a sociologia, a política social, uma organização de princípios de economia, etc. E tudo isso se alargou e foi ocupando espaços e, com o tempo, plantou raízes novas por colônias tradicionais, por igrejas mais altas, por orações dos mais devotos.

O tempo célere. Surgiram continentes, nações reuniram tantos quantos similares podiam. E as nações, por sua vez, definiram os nacionais. E o trabalho ganhou espaço. E a produção exigiu compreensão, alargamentos, critérios de troca e os homens, que, preponderantemente, eram rurícolas e só com suas famílias armaram suas colmeias e passaram a trabalhar para si e para outros. Passou-se a falar na “mais valia”, no salário mínimo e, também, passaram a unir-se os que tinham situação análoga e criou-se um órgão coletivo, que deu origem ao sindicato. Havia os que pagavam e recebiam; e os que trabalhavam pouco, recebiam o pouco. O certo é que havia muitos que se compuseram com outros similares no controle do poder; os que trabalhavam, ganhavam pouco. Os primeiros eram os que manobravam as decisões e ganhavam mais. Os trabalhadores eram muitos com pouco.

Daí, o lockout de um lado e a greve do outro.

O professor Caldeira falou com oportunidade e equilíbrio respeitável. Foi às praças, subiu na tribuna das áreas livres e mostrou o certo e o errado. O povo o escutou e não havia censura.

Foi um PRÓ-homem da Venezuela. Um professor e um cristão; um líder e um pesquisador. Para ele, se pode aplicar o pensamento: “Na vida, ou se é íntegro e nada mais importa; ou não se é íntegro e nada mais importa”. Ele era íntegro. É dessa Venezuela que foi tão bela que surgiu e viveu Caldeira, que falou e foi ouvido.

A história e a lição de Caldeira estão íntegras até hoje.

O gênero de Maduro está a um passo de apodrecer.

(Carlos Alberto Chiarelli foi ministro da Educação e ministro da Integração Internacional)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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