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Mundo A vitória de Donald Trump na eleição americana serviu de estímulo para declarações que sugerem a aprovação de uma anistia no Brasil que possa beneficiar Bolsonaro

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Os bolsonaristas consideram que o ex-presidente tem a chance de repetir, daqui a dois anos, a trajetória do republicano.

Foto: Twitter/Reprodução
Os bolsonaristas consideram que o ex-presidente tem a chance de repetir, daqui a dois anos, a trajetória do republicano. (Foto: Twitter/Reprodução)

A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos serviu de estímulo para a direita brasileira aprovar uma anistia que possa beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. O retorno do republicano à Casa Branca é uma aposta dos bolsonaristas para o fortalecimento da extrema direita no País. Bolsonaro está inelegível até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Aliados do ex-presidente já iniciaram uma investida no Congresso Nacional para tentar aprovar um projeto que conceda perdão a condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.

Os bolsonaristas consideram que o ex-presidente tem a chance de repetir, daqui a dois anos, a trajetória do republicano. A possibilidade foi levantada pelo próprio Bolsonaro, em posicionamento no X (antigo Twitter), sobre o triunfo do republicano. “Talvez em breve Deus também nos conceda a chance de concluir nossa missão com dignidade e nos devolva tudo o que foi tirado de nós”, escreveu.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, afirmou em um vídeo publicado nas redes sociais que “o mundo está se tornando mais conservador” e “não custa imaginar que isso pode acontecer no Brasil”.

“Ele (Trump) voltou mais forte do que nunca. Não custa imaginar que isso pode acontecer no Brasil também. De repente era Papai do Céu dizendo ‘olha, Bolsonaro, não era para você ter sido eleito em 2022 porque você não teria tantas ferramentas para colocar adiante as suas ideias’”, afirmou.

Às vésperas de assumir a Secretaria de Relações Internacionais do PL, Eduardo Bolsonaro acompanhou a eleição americana no QG do candidato republicano em Palm Beach, na Flórida.

“Em 2026, tendo maioria na Câmara, no Senado, aliados internacionais, a gente tem uma possibilidade de ter, ali em 2026, um Milei na Argentina, um Trump nos Estados Unidos, várias autoridades aliadas”, disse. “O mundo está caminhando para ser mais conservador.”

Bolsonaro não é citado no projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro – a matéria foi retirada na semana passada da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que criou uma colegiado especial para a sua tramitação. O ex-presidente é investigado em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a suspeita de tentativa de golpe de Estado.

Trump foi derrotado por Joe Biden em 2020 e, em seguida, foi processado e condenado pela Justiça americana. Nestas eleições, o republicano obteve uma vitória confortável no colégio eleitoral e no voto popular, contrariando o resultado apertado indicado pelas pesquisas.

O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) felicitou Trump, dizendo que sua vitória o consolida como “o maior líder conservador do mundo”. Ele disse esperar que, à frente dos Estados Unidos, Trump garanta “apoio às tradições judaico-cristãs” do Brasil. “Em 2026, será Jair Bolsonaro”, acrescentou.

A vitória do ex-presidente americano também rendeu comentários de Onyx Lorenzoni, ex-secretário-geral da Presidência de Bolsonaro, e de Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal. “O mundo está endireitando”, disse Onyx.

A senadora e ex-ministra Damares Alves (RepublicanosDF) também celebrou a vitória de Trump projetando o próximo pleito presidencial brasileiro. Na publicação, Damares repercutiu outras vitórias eleitorais recentes de líderes de direita, como Nayib Bukele, em El Salvador, e Javier Milei, na Argentina. “2026 é logo ali”, disse a senadora.

Além da “repetição” do feito de Trump, os aliados do ex-presidente esperam que o republicano se manifeste contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, pressionando o magistrado brasileiro. Em uma série de publicações celebrando a vitória de Trump, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) provocou o ministro com uma foto de Moraes com o rosto tenso.

Um dos principais financiadores da campanha de Trump foi o bilionário Elon Musk, dono do X, que neste ano protagonizou embate público com Moraes. O X ficou bloqueado no Brasil durante 39 dias, entre setembro e outubro.

 

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