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Por Redação O Sul | 12 de julho de 2016
Crise econômica, desaceleração dos negócios, fechamento de fábricas, desemprego. O cenário brasileiro do primeiro semestre foi de estragos em praticamente todos os setores produtivos. Com a expansão do índice de desemprego no país, os níveis de consumo foram fatalmente impactados.
Neste contexto, ao longo dos seis primeiros meses deste ano, os produtores e exportadores de proteína animal viram o preço do milho dar saltos e alcançar patamares superiores a 60 reais a saca. Agora, com a colheita da safrinha de milho e o leve “respiro” diante das cotações praticadas no cereal, é a vez da soja “pesar” nos custos e na competitividade dos produtores avícolas e suinícolas do Brasil.
Para somar-se a estes fatores desfavoráveis, a queda do câmbio a patamares de R$ 3,30 impôs um aperto às margens do setor. Recentemente, a ABPA havia manifestado preocupação com relação à importância da manutenção do câmbio a R$ 3,50, para manter a capacidade competitiva das agroindústrias exportadoras.
Foi uma tempestade quase perfeita. Empresas anunciaram suspensão de turnos. Outras, fecharam unidades ou suspenderam contratos de arrendamento. Apesar disto, o setor tem se esforçado para evitar demissões.
Diante deste contexto, a ABPA – por meio de suas análises periódicas junto às agroindústrias associadas – tem acompanhado uma notável redução dos níveis de alojamento de pintinhos. Mantidos estes patamares, a expectativa é que os volumes de produção caiam para cerca de 13 milhões de toneladas, 4% a menos em relação à expectativa inicial do ano, que era de 13,5 milhões de toneladas.
No caso de suínos, os mesmos efeitos sobre a produção deverão resultar em queda sobre a expectativa inicial de crescimento de produção para este ano (que se esperava chegar a 3,76 milhões de toneladas). Agora, o setor espera repetir volume próximo do produzido no ano passado, de 3,64 milhões de toneladas.
Um alento neste cenário é o incremento das exportações. As novas projeções da ABPA indicam que os volumes embarcados de carne de frango devam crescer neste ano 8% em relação ao total exportado em 2015%. Há grande expectativa coma manutenção das vendas para a China (consolidada como segundo maior mercado importador de carne de frango do Brasil), além do bom ritmo dos embarques para o Oriente Médio e outros países da Ásia, como Japão e Coreia do Sul.
Já para a carne suína, as vendas totais de 2016 em volumes deverão superar em 28% o total registrado nos 12 meses do ano passado. Assim como para o setor de frangos, a China tem se destacado nas importações da carne suína brasileira. Outros grandes mercados, como Rússia (maior importador), Argentina, Chile e Singapura também aceleraram suas compras neste primeiro semestre.
EXPORTAÇÕES DE CARNE DE FRANGO
Os embarques de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) de junho atingiram 411,9 mil toneladas, volume 4,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
O bom desempenho de junho contribuiu para que o setor encerrasse o primeiro semestre com exportações 13,86% maiores que o realizado nos seis primeiros meses de 2015. Ao todo, neste ano, foram embarcadas 2,266 milhões de toneladas – 276 mil toneladas a mais em relação ao ano anterior.
Já em receita cambial, o saldo do semestre registrou retração de 1,25%, com total de US$ 3,384 bilhões. Em junho, a queda foi de 3,5%, com US$ 661,7 milhões.
Em ritmo diferente, os resultados dos embarques em reais apresentaram dados positivos, com elevação de 6,2% em junho (com R$ 2,265 bilhões) e de 21,72% no semestre (com R$ 12,442 bilhões).