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Mundo Abrigo no México recebeu 100 mil estrangeiros este ano dispostos a entrar clandestinamente nos Estados Unidos

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Abrigo no México é para muitos imigrantes parada final antes de cruzarem para os EUA. (Foto: Reprodução)

A ameaça de cartéis e guerrilhas que dominam o narcotráfico, problemas econômicos e regimes políticos autoritários expulsam cada vez mais pessoas de países latino-americanos rumo aos EUA. Como é o caso de Naygerely Meza, que chegara a Piedras Negras no dia anterior.

Assim como outras 7,7 milhões de pessoas — dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) — ela deixou seu país natal, a Venezuela, em busca de uma vida melhor para a pequena Catalina, de 2 anos. Naygerely conta que partiu com o marido e a menina em outubro e vieram “caminhando, de trem, pedindo carona”, percorrendo milhares de quilômetros até a cidade mexicana que faz fronteira com Eagle Pass, no Texas.

A véspera de Natal foi passada no abrigo Frontera Digna, que recebe milhares de imigrantes vindos de diversos países, especialmente da América Latina, e precisam de um lugar para descansar antes de aventurar-se nas águas do Rio Grande para chegar aos EUA.

Segundo a freira Isabel, uma das responsáveis pelo abrigo, só em 2023, receberam mais de 100 mil pessoas, e desde outubro o número vem aumentando exponencialmente. Ela mostra orgulhosa a comida que receberam para o cardápio da noite de 24 de dezembro: galinha assada, purê, macarrão e suco. Uma ceia natalina que prometia ser mais do que especial, pois era não só véspera de Natal, mas também de um dia-chave para muitas pessoas ali abrigadas.

O Natal deste ano para a família de Naygerely seria dia de recolher os pertences, caminhar os poucos metros do abrigo ao rio e, numa temperatura de 8 graus, caminhar até as águas que os separam do que esperam ser um futuro melhor para Catalina.

Toda a logística fica sob a responsabilidade dos próprios imigrantes, e alguns deles passam meses esperando por uma entrevista com o Departamento de Imigração dos EUA para pedir asilo, terminando por trabalhar como voluntários no local.

Uma cena comum na noite de Natal na Casa del Migrante eram pessoas mancando ou caminhando com dificuldade devido à exaustão após milhares de quilômetros de peregrinação. Como a peruana Érica Gonzáles, que teve dificuldade para chegar à fila da comida após fazer a pé parte do percurso que faria no trem Monclova, interceptado pelas autoridades no dia 12. Ela deixou o Peru devido à situação econômica precária do país, fez o trajeto sozinha, e conta que um dos trechos mais difíceis foi a selva de Darién, que separa a Colômbia do Panamá.

“Demorei 3 dias, são montanhas tão grandes, das quais é preciso descer sentada. No caminho, você passa fome, frio, medo, especialmente da guerrilha. Cada pessoa tem sua própria experiência ao vir aos EUA dependendo dos países pelos quais passa, mas, sim, é duro, não é fácil atravessar a selva”, relata, acrescentando não recomendar a ninguém migrar desta maneira.

Com o abrigo sem leitos suficientes para todos, a única solução é acomodar-se em barracas, quando se tem sorte, ou contentar-se com um lugar no chão, ao relento.

Ela diz que os recursos do abrigo são suficientes para fornecer um colchonete e um cobertor a quem precisa passar a noite. A principal queixa dos imigrantes, no entanto, é a escassez de comida. Com poucos recursos e uma alta demanda, o abrigo consegue oferecer só duas refeições por dia.

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