Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2024
Morales ficou um ano asilado na Argentina, à época presidida pelo peronista Alberto Fernández.
Foto: ReproduçãoA ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, afirmou que o governo de Javier Milei apresentou denúncia contra o ex-presidente boliviano Evo Morales, por acusações de tráfico de pessoas e abuso sexual.
No X, o antigo Twitter, Bullrich disse que o caso foi apresentado há duas semanas, mas o governo da Argentina resolveu divulgá-lo apenas agora devido às notícias sobre acusações semelhantes contra Morales na Bolívia.
Tatiana Herrera, secretária de Gênero da prefeitura da região central de Cochabamba, denunciou Morales por cinco casos de tráfico de pessoas e estupro, supostamente ocorridos nos últimos cinco anos na província de Chapare, reduto político e sindical do ex-presidente.
Além disso, promotores bolivianos investigam Morales desde 26 de setembro por outro caso, depois de receberem um relatório de inteligência alegando que ele havia cometido os crimes de tráfico humano e estupro contra uma menina menor de idade com quem supostamente teve uma filha em 2015, quando ele ainda era presidente.
“Algo ainda mais aberrante se soma ao caso de abuso de menores já aberto na Bolívia: o ex-presidente socialista boliviano é acusado de ter convivido com quatro adolescentes durante o asilo político que o kirchnerismo lhe concedeu”, escreveu Bullrich no X.
“O pior dos crimes, em nosso solo. Por isso, há 15 dias apresentamos denúncia por suposta prática de crimes de tráfico de pessoas e abuso sexual. Nesta Argentina do presidente Javier Milei, quem faz, paga”, acrescentou a ministra.
Morales ficou um ano asilado na Argentina, à época presidida pelo peronista Alberto Fernández, entre 2019 e 2020, depois de ter renunciado devido a denúncias de fraude eleitoral na eleição presidencial na Bolívia.
Greve de fome
Morales anunciou que iniciará uma greve de fome até que o governo de Luis Arce estabeleça “mesas de diálogo” sobre as crises política e econômica do país.
“Entraremos em greve de fome. O governo deve retirar todas as forças militares e policiais. Além disso, exigimos a criação de duas mesas de diálogo para discutir questões econômicas e políticas. A perseguição e a repressão devem cessar. Também solicitamos a participação de organizações internacionais e países amigos como facilitadores do diálogo”, disse Morales em comunicado na noite da última sexta-feira (1º).
No mesmo dia, manifestantes ocuparam um quartel e prenderam cerca de 20 militares na região do Chapare, local que é reduto eleitoral do ex-mandatário.