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Política Ação contra urnas: hacker reafirma à Polícia Federal acusações feitas em CPMI

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Walter Delgatti foi transferido de Araraquara (SP), onde está preso desde o início do mês, para prestar depoimento à PF em Brasília.

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Walter Delgatti foi transferido de Araraquara (SP), onde está preso desde o início do mês, para prestar depoimento à PF em Brasília. (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O hacker Walter Delgatti Neto reafirmou à Polícia Federal nesta sexta-feira (18) as acusações proferidas durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Antidemocráticos nessa quinta (17), informou o advogado Ariovaldo Moreira.

Segundo a defesa, Delgatti também apresentou “indícios de provas” para colaborar com os investigadores a respeito das acusações feitas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, entre outros.

“Ele reiterou o que foi dito ontem na CPMI […] Exatamente o que ele disse ontem. Tudo o que os senhores ouviram ontem, o Walter hoje repetiu para a autoridade policial”, disse Moreira.

Conforme o advogado do hacker, ele apresentou à PF:

– áudio em que conversa com uma assessora de Carla Zambelli sobre possíveis pagamentos por serviços prestados ao governo;
– e a descrição da sala no Ministério da Defesa onde teria se reunido com técnicos da pasta para elaborar um relatório técnico sobre as urnas eletrônicas usadas em 2022.

“[Apresentou] Indícios de provas. A autoridade policial deve agora, nas investigações, encontrar as provas de que o Walter esteve na [sede do ministério da] Defesa”, completou.

Mais cedo, na chegada à sede da Polícia Federal em Brasília, o defensor havia dito que era possível provar a presença de Delgatti Neto no Palácio da Alvorada, para reunião com o então presidente Jair Bolsonaro em agosto do ano passado. No entanto, era “impossível” provar o conteúdo da conversa.

Questionado sobre um possível acordo de delação premiada a ser firmado por Delgatti, o advogado disse que não poderia comentar porque “está em andamento”.

Na última quarta (16), Delgatti foi transferido de Araraquara (SP), onde está preso desde o início do mês, para prestar depoimento à PF em Brasília sobre o fato de ter invadido sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – supostamente, a pedido de Carla Zambelli.

Depoimento na CPMI

O hacker afirmou que orientou os militares responsáveis por produzir o relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas entregue no dia 9 de novembro de 2022.

A defesa do ex-presidente nega (veja detalhes abaixo).

Ele disse também que Bolsonaro lhe orientou a ir ao Ministério da Defesa explicar aos técnicos como seria possível uma eventual fraude nas urnas.

“Eu apenas não digitei, mas fui eu quem fez ele, porque tudo que consta nele foi orientado por mim”, sustentou Delgatti. Segundo ele, o trabalho junto aos militares foi uma ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro após uma reunião no Palácio da Alvorada no dia 10 de agosto de 2022. Ainda conforme o hacker, a reunião teria durado cerca de 1h30.

Delgatti disse que esteve cinco vezes no Ministério da Defesa, entrou pela porta dos fundos do prédio, e que se reuniu com o ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além de servidores ligados a área de Tecnologia da Informação da pasta.

Ainda segundo o hacker, como a análise do chamado código-fonte da urna eletrônica só poderia ser feita na sede do TSE, os técnicos do Ministério da Defesa repassavam a ele as informações colhidas no tribunal.

“Eles iam até o TSE e me repassavam o que eles viam, porque eles não tinham acesso à internet, eles não podiam levar uma parte do código; eles acabavam decorando um pedaço do código e me repassando”, explicou.

Delgatti afirmou aos integrantes que, durante uma reunião no Palácio da Alvorada com Bolsonaro, o então presidente assegurou que concederia um indulto (perdão presidencial) a ele, caso fosse preso ou condenado por ações sobre urnas eletrônicas.

Após o depoimento, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro divulgou nota confirmando a reunião no Alvorada, mas negando o teor da conversa. Confira a íntegra abaixo:

“Considerando as informações prestadas publicamente pelo depoente Sr. Walter Delgatti Neto perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito na presente data, a defesa do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, informa que adotará as medidas judiciais cabíveis em face do depoente, que apresentou informações e alegações falsas, totalmente desprovidas de qualquer tipo de prova, inclusive cometendo, em tese, o crime de calúnia.

Diante de informações prestadas pelo Sr. Walter Delgatti Neto, quando de sua passagem pelo Palácio da Alvorada, acerca de suposta vulnerabilidade no sistema eleitoral, o então Presidente da República, na presença de testemunhas, determinou ao Ministério da Defesa a apuração das alegações, de acordo com os procedimentos legais e em conformidade com os princípios republicanos, seguindo o mesmo padrão de conduta observado em todas as suas ações enquanto chefe de Estado. Após tal evento, o ex-Presidente nunca mais esteve na presença de tal depoente ou com ele manteve qualquer tipo de contato direto ou indireto.”

 

 

 

 

 

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