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Ação de Bolsonaro põe em xeque ministros do STF

(Foto: Divulgação)

A ação do presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), contra decretos de lockdown e toque de recolher dos governadores do DF, Bahia e Rio Grande do Sul, tem todos os ingredientes de jogada política. A ação abre caminho para responsabilizar a Corte, seja qual for sua decisão. Se os decretos forem mantidos e a economia degringolar de vez, Bolsonaro poderá culpar o STF. O mesmo se aplica na hipótese remota de o presidente ganhar a causa e a pandemia se agravar mais.

Terreno preparado
A ação pede que o STF defina as atividades essenciais e julgue as decisões dos governadores que usurpariam as atribuições do presidente.

Pensando no futuro
O movimento de Bolsonaro, nesse jogo, não tem a ver com “estado de sítio”, e sim com narrativa: culpar o impopular STF pode ser um trunfo.

Funcionou até agora
Bolsonaro usa discurso de que tem as mãos atadas pelo STF e, no pior momento da pandemia, 46% ainda acham sua atuação boa ou regular.

É a economia, mané
Com avanço da vacinação e o fim da pandemia, a economia será o grande desafio. Bolsonaro sabe que sua reeleição depende disso.

Doria repete Bolsonaro e repreende Bruno Covas
A crise no tucanato paulista, entre o governador e o prefeito da capital, mostra João Doria se comportando como o presidente Jair Bolsonaro, seu adversário. Ele repreendeu Bruno Covas pela decisão de antecipar feriados sem prévia consulta, como se o prefeito fosse um auxiliar. O temor é que isso provoque aglomerações no litoral. Doria age como Bolsonaro, que reclama de governadores como Ibaneis Rocha (MDB), do DF, que decretou toque de recolher sem pedir licença ao Planalto.

Senso de urgência
Doria disse que falta “bom senso” ao prefeito, antecipando meia dúzia de feriados. Covas deu o troco: “o senso que falta é o senso de urgência”.

Menos falação
Com senso de urgência aguçado na luta contra o câncer, Covas ironizou o governador: “Aqui na prefeitura tem menos falação e foco no trabalho”.

Faça o que digo
A briga entre governador e prefeito de São Paulo confirma o velho adágio segundo o qual “faça o que eu digo, não o que faço”.

Mais uma no lixo
Mais uma vez, a Justiça Federal de Brasília mandou para a cesta do lixo acusações sem provas contra o ex-presidente Michel Temer, desta vez no caso dos portos. Acusações que, em 2018, inviabilizaram reformas.

Apelo a Kamala
A presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu (PP-TO), sugeriu que o Ministério da Relações Exteriores tente sensibilizar a presidente do Senado e vice-presidente dos EUA Kamala Harris para apoiar cooperação bilateral no combate à pandemia.

Recorde da vida
A sexta (19) foi um dia especial na luta contra o coronavírus no Brasil. Enquanto muitos se concentram em recordes de infecções ou de mortes, pela primeira vez, aplicamos mais de 510 mil doses de vacinas em 24h.

Vacinação cresce
Outra plataforma internacional de monitoramento, vacinabrasil.org, aponta que o Brasil já disponibilizou aos Estados, até as 19h desta sexta (19), 25,6 milhões de doses, das quais 15,6 milhões já foram aplicadas.

Retribuam, senhores
BTG Pactual, Gerdau, Península Participações e Suzano se uniram para dar a São Paulo 40 leitos de UTIs de Covid. Toda ajuda é positiva, mas se esperava mais de quatro das empresas que mais lucram no Brasil.

Imagem da saúde
Ao comentar o tombo de Joe Biden na escada do Air Force One, Donald Trump Jr lembrou das críticas a seu pai, certa vez, por tocar na grade. “Biden cai repetidamente, mas ele é a imagem da saúde”, ironizou. “Não admira que todos os nossos inimigos estejam e zombando dele”, disse.

Cuidadores
O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Enfermagem, deputado Célio Studart (PV-CE), está em campanha para incluir os cuidadores de idosos na prioridade de vacinação contra Covid-19.

Pós-11 de setembro
Completa 18 anos neste sábado a primeira invasão de tropas norte-americanas no Iraque, após os atentados de 11 de setembro. A operação durou alguns meses, e livrou o mundo do tirano Sadam Hussein.

Pensando bem…
… as vacinas só não se espalham mais rapidamente que o pessimismo dos negacionistas da imunização.

PODER SEM PUDOR

Quando um ‘animal’ fala…
Interventor de Minas Gerais, Benedito Valadares era conhecido pelo vocabulário esquálido e os gestos pouco elegantes. No início dos anos 1940, em visita a Manhuaçu, na zona da mata, ele discursou: “Manhuasuínos! Não vos desanimeis. Animais, como eu…” Um apavorado assessor o interrompeu para informar, baixinho, que a palavra correta era “manhuasuenses”. Era tarde: a multidão, ofendida, já iniciara a debandada.

Com André Brito e Tiago Vasconcelos

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