Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 11 de janeiro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A súbita preocupação do PCdoB que levou o partido a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir Ednaldo Rodrigues no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mirou outro nome: Alcino Reis Rocha. Alcino é ligado aos comunistas, que bancaram a indicação para o posto de secretário geral da CBF, e, inclusive, fez doações para candidatos do partido nas eleições de 2006 e 2014. Rocha é ligado ao deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).
Vem comigo
Quando Orlando Silva virou o titular da pasta do Esporte (2006-2011), carregou Alcino para a chefia do gabinete, onde ficou por 11 meses.
Braço direito
Homem de confiança de Orlando Silva e com moral no PCdoB, Alcino chegou a ser ministro interino em 2006, o “upgrade” durou um mês.
Cai todo mundo
O rolo que derrubou Ednaldo, após ação do Ministério Público do Rio de Janeiro, acabou levando Alcino na esteira do afastamento.
Desculpa perfeita
Para garantir Ednaldo na CBF, o PCdoB alegou risco de o Brasil ficar de fora do torneio pré-olímpico. O STF reempossou Ednaldo e Alcino.
Iminente saída de Capelli azeda clima entre PSB e Lula
A quase sacramentada nomeação de Ricardo Lewandowski como substituto de Flávio Dino no Ministério da Justiça tem, há dias, piorado o clima de insatisfação no PSB com os cortes que o presidente Lula tem feito em espaços do partido. Os socialistas mapearam que, confirmada a posse, Lewandowski não deve manter Ricardo Cappelli como secretário executivo. Para o PSB, aceitar o rebaixamento não está entre as opções.
O cotado
O nome para a vaga de Cappelli seria o de Manoel Carlos de Almeida Neto que assessorou Lewandowski por 10 anos no Supremo.
Planos futuros
O PSB não quer diminuir a exposição midiática de Cappelli. Quer o nome em evidência para pleitear uma vaga no Legislativo pelo Distrito Federal.
Tesouradas
A ira no PSB nasce com o rebaixado de Márcio França, enfiado no Ministério de Micro e Pequena Empresa. Piora ao perder a vaga de Dino.
Amigo é tudo
Amicíssimo da primeira-dama Janja, o influenciador Murilo Ribeiro Pereira, o Muka, garantiu um belo lugar ao sol na EBC. Desde 21 de setembro de 2023 ocupa cargo com salário de quase R$18 mil.
Silêncio
Eder Mauro (PL-PA) notou falta de manifestação pró-ianomâmis após registro de morte dos indígenas subir 50% no primeiro ano do governo Lula, “esquerda calada. Genocídio do bem?”, questiona o deputado.
STF e Vaccari
O desmonte da Lava Jato no STF segue a todo vapor. João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, se livrou de pena de 24 anos de prisão após condenação por falcatrua nas eleições de 2010. O processo foi anulado.
Sem tensionar
Ao menos publicamente, Ricardo Cappelli tem disfarçado sobre eventual saída do Ministério da Justiça, dada como certa. A quem pergunta sobre o assunto, o secretário executivo diz que não está procurando emprego.
Produção em baixa
A produção de veículos sofreu um baque em dezembro passado e amargou redução de 15,3% quando comparado com novembro. A queda atingiu carros, caminhões e ônibus. No ano, a redução foi de 1,9%.
Insegurança jurídica
José Medeiros (PL-MT) avalia que as decisões monocráticas do STF têm gerado insegurança jurídica, “Não vale mais as decisões de plenário e sim, o que cada um decidir de acordo com o caso e o lado político”.
Pegou mal
Com a repercussão negativa, Rodrigo Pacheco não deve esperar o fim do recesso para dar fim na Medida Provisória que reonerar a folha de pagamento. A expectativa é que o texto desapareça ainda em janeiro.
Agora vai?
Cresce no Senado movimento para andar com o projeto que endurece as “saidinhas” para criminosos. A expectativa é de que o texto volte a tramitar ainda neste primeiro semestre.
Pensando bem…
…Marta saiu do PT, mas o PT não saiu de Marta.
PODER SEM PUDOR
O código de Nabuco
Feito embaixador em Bruxelas, nos anos 60, o ex-deputado Cirilo Júnior achava que o esperavam apenas os prazeres da vida, mas logo percebeu que havia deveres, quase sempre chatíssimos. Um assistente contou que um antigo embaixador, Maurício Nabuco, batia três vezes sobre a perna quando queria encerrar uma audiência maçante. Ao receber diretores da Vasp, Cirilo imitou Nabuco, mas os interlocutores nem percebiam o “código”. Impaciente, ele foi aumentando a força das pancadas até que se viu esmurrando a própria perna e gritando “Nabuco! Nabuco!” Os visitantes foram embora, assustados, e o embaixador comemorou com o assistente:
– Esse Nabuco é formidável!
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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