Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2024
O Brasil manteve a trajetória rumo à universalização do acesso à internet no ano passado. Houve avanços na cobertura de rede no campo e também entre idosos. Em 2023, 92,5% dos lares brasileiros estavam conectados à internet, mas 5,9 milhões de famílias estavam à margem da rede, o equivalente a 22,4 milhões de excluídos digitais no País.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação 2023, a Pnad TIC, e foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de lares com uso de internet subiu de 68,9 milhões em 2022 (91,5% do total de domicílios permanentes existentes) para 72,5 milhões em 2023 (92,5% dos domicílios).
“Apesar do aumento consistente desde o início da série histórica (2016), essa taxa de crescimento tem sido cada vez menor, o que conversa com a aproximação desse número à universalização da internet nos domicílios brasileiros”, disse o IBGE.
Nas áreas urbanas, a proporção de famílias com acesso à internet cresceu de 93,5% em 2022 para 94,1% em 2023, e nas áreas rurais, de 78,1% para 81%.
A expansão da conectividade no campo tem diminuído a diferença em relação à cobertura em zonas urbanas: em 2016, apenas 35% dos lares rurais tinham acesso à internet, ante fatia de 76,6% em áreas urbanas, uma diferença superior a 40 pontos porcentuais, que foi reduzida a 13,1 pontos porcentuais em 2023.
Entre as 5,9 milhões de famílias que permaneciam sem conexão à rede em casa, os motivos mais mencionados foram: nenhum morador sabia usar a internet (33,2%), serviço de acesso à internet era caro (30,0%) e falta de necessidade em acessar a internet (23,4%). Apenas 4,7% dos lares desconectados apontaram que o serviço de acesso à internet não estava disponível na área do domicílio. Outros 3,7% relataram que o equipamento eletrônico necessário para a conexão era caro.
Quanto à forma de conexão, a proporção de domicílios com internet via banda larga móvel subiu de 81,2% em 2022 para 83,3% em 2023, permanecendo inferior ao alcance da banda larga fixa, que aumentou de 86,4% para 86,9% no período.
Avanço
Em oito anos, 48,316 milhões de brasileiros passaram a usar a internet no País. O Brasil alcançou a marca de 164,5 milhões de habitantes conectados em 2023, o equivalente a 88% da população de 10 anos ou mais de idade, estimada em 186,9 milhões de pessoas. Entre os internautas, 94,3% declararam que usavam a internet todos os dias.
Na passagem de 2022 para 2023, diminuiu a proporção de crianças de 10 a 13 anos usuárias de internet, de 84,9% para 84,2%. Por outro lado, aumentou a inclusão digital de idosos: a proporção de internautas na faixa de 60 anos ou mais avançou de uma fatia de 62,1% para 66%.
“O porcentual de idosos (60 anos ou mais) que utilizam a internet subiu de 24,7% em 2016 para 66% em 2023. Entre 2019 e 2023, o grupo teve expansão de 21,2 pontos porcentuais e ante 2022, o aumento foi de 3,9 pontos porcentuais”, disse o IBGE.
Quanto à escolaridade, entre as pessoas sem instrução, 44,4% acessaram a internet, ao passo que esse porcentual subia a 97,6% no grupo com ensino superior completo. Em 2023, 97,6% dos estudantes da rede privada e 89,1% dos alunos da rede pública utilizaram internet. Considerando todos os internautas, 10,2% acessaram a internet por conexão gratuita pública em escolas, universidades ou bibliotecas públicas.