Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2025
Com um gesto de “tchau”, ele disse: “Obrigado por me trazer de volta à Praça”.
Foto: Vaticano NewsO papa Francisco, em suas últimas horas de vida, segundo o Vatican News, perguntou ao seu enfermeiro pessoal, Massimiliano Strappetti, se conseguiria a fazer sua última volta no papamóvel, no domingo (20), após a Urbi et Orbi.
“Acha que consigo?”, perguntou Francisco. De acordo com a Santa Sé, Francisco “não sofreu, porque tudo aconteceu muito rápido”.
Pouco antes de entrar em coma, o papa agradeceu ao seu enfermeiro pessoal, Massimiliano Strappetti, por tê-lo encorajado a fazer sua última volta no papamóvel. Com um gesto de “tchau”, ele disse: “Obrigado por me trazer de volta à Praça”.
Depois do passeio, o papa descansou à tarde, teve um jantar tranquilo e, ao amanhecer do dia seguinte, ocorreram o derrame cerebral, o coma e a parada cardiorrespiratória irreversível, o que causou a morte do líder máximo da Igreja Católica.
Ainda de acordo com o Vaticano, o papa começou a apresentar sinais de uma “doença súbita” por volta das 5h30 de segunda, no horário local (0h30 em Brasília), aproximadamente duas horas antes de morrer.
“Pouco mais de uma hora depois [do início dos sinais], fazendo um gesto de despedida com a mão para Strappetti, o pontífice entrou em coma. Ele não sofreu e tudo aconteceu muito rápido”, afirmou o Vaticano.
O Vaticano anunciou, nesta terça-feira (22), que o funeral do pontífice será no sábado (26), às 10h no horário de Roma (5h em Brasília).
Artigo póstumo
Antes de sua morte na segunda-feira (21), o papa Francisco pediu o fim do “ciclo de violência e retaliação” no Oriente Médio, em um artigo de opinião publicado postumamente na revista The Parliament nesta terça.
Intitulado “O derramamento de sangue na Palestina/Israel deve acabar”, o pontífice pediu paz em toda a Terra Santa, um lugar que, segundo ele, testemunhou “guerras atrozes, resultando em um rio de sangue que não cessa”.
Francisco, que há muito criticava a guerra de Israel em Gaza e frequentemente pedia um cessar-fogo no enclave, descreveu a guerra como uma “ilusão”, que traz morte e destruição em vez de uma solução.
“Construir a paz exige coragem, muito mais do que a guerra”, escreveu ele, enfatizando a necessidade de força por meio da paz.
“Infelizmente, com muita frequência na história da humanidade, aqueles que propõem a paz são vistos como fracos, enquanto aqueles que se armam até os dentes são apresentados à sedução de serem fortes e estarem no comando. Isso também é uma grande ilusão”, ele acrescentou no texto.
O papa Francisco reiterou seu apoio a uma solução de dois Estados, “que prevê um Estado de Israel e um Estado da Palestina vivendo lado a lado em paz, segurança e reconhecimento mútuo”, ele afirmou.
“A ambos os povos e à comunidade internacional, eu diria: Deus e as gerações futuras nos julgarão não por quantos inimigos derrotamos, mas por quantas vidas salvamos”, concluiu.
Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, assumiu o título de papa em março de 2013. Ele marcou a história da Igreja Católica como o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o cargo. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.