Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2023
Foram 14 anos de espera pela decisão da Justiça francesa sobre a queda do voo 447, da Air France, em 1º de junho de 2009, que deixou 228 mortos. Na manhã de segunda-feira (17), foi decidido pela absolvição da companhia aérea e da Airbus, fabricante da aeronave. Ao longo do processo foram ouvidos peritos, pilotos, policiais, autoridades de controle aéreo e familiares das vítimas. O tribunal considerou que, apesar de cometerem “falhas”, era “impossível demonstrar” sua culpabilidade. As duas empresas enfrentaram a acusação de homicídio culposo.
Entenda a decisão
– A Justiça francesa absolveu a Air France e a Airbus pelo acidente com o voo 447, ocorrido em 2009.
– O caso foi arquivado pelos juízes de instrução em 2019, no entanto, as famílias das vítimas e os sindicatos de pilotos apresentaram recurso.
– Em maio de 2021, a justiça determinou o julgamento das duas empresas por homicídios culposos, quando não há intenção de matar, no qual enfrentavam agora.
– O acidente, que aconteceu há 14 anos, deixou 228 mortos.
– Este é o caso com maior número de mortos da história das companhias aéreas francesas.
– O tribunal considerou que, apesar de cometerem “falhas”, não se “pôde demostrar (…) nenhuma relação de causalidade segura” com o acidente.
– Para o tribunal, a Airbus cometeu “quatro imprudências ou negligências” por não ter mandado substituir os modelos das sondas Pitot ditas “AA” e pelo fato de ter evidências de “retenção de informações” das empresas.
– Ainda segundo o tribunal, a Air France cometeu “imprudência culposa”, relacionada com os métodos de distribuição de uma nota informativa dirigida aos seus pilotos sobre a falha das sondas.
– Mesmo com estes pontos, o tribunal entendeu que, na área penal, “um provável nexo de causalidade não é suficiente para caracterizar um crime. Neste caso, quanto às faltas, não pôde ser demonstrado certo nexo de causalidade com o acidente”.
– O processo ocorreu de 10 de outubro a 8 de dezembro do ano passado.
– Foram ouvidos peritos, pilotos, policiais, autoridades de controle aéreo e familiares das vítimas.
– Durante o processo, procurou-se entender as reações da tripulação na cabine de pilotagem, bem como os perigos decorrentes de falhas da sonda.
– Houve o congelamento das sondas de velocidade no momento em que o avião sobrevoava o Oceano Atlântico.
– Após o acidente, o modelo da sonda foi substituído em todo o mundo.
– Ao longo do julgamento, os representantes da Airbus e da Air France defenderam que as empresas não cometeram nenhum crime.
– Ao final do processo, ambas as companhias foram absolvidas, ao considerar que era “impossível demonstrar” sua culpabilidade.
Reação com a decisão
– Os parentes das vítimas, as equipes da Air France e da Airbus e jornalistas chegaram à grande sala de audiência pouco depois das 13h30 em Paris (8h30 em Brasília).
– Parentes das vítimas ficaram de pé ao ouvirem o anúncio da absolvição.
– O presidente da corte continuou a leitura da decisão em um silêncio sepulcral.
– A presidente da associação Entraide et Solidarité AF447, Danièle Lamy, disse, após a decisão: “Esperávamos um julgamento imparcial, não foi o caso. Estamos enojados”.
– O advogado de partes civis do julgamento, Alain Jakubowicz, também lamentou a decisão: “Disseram que são ‘responsáveis, mas não culpados’. E é verdade que estávamos esperando a palavra ‘culpado’.” As informações são do jornal O Globo.