Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2022
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O 2º turno na Bahia e no Rio Grande do Sul colocou dois candidatos em situação delicada. ACM Neto (União) disputa contra o PT, mas até agora não declarou apoio a Bolsonaro mesmo sabendo que nada tem a perder, só a ganhar. E ainda faz pose de oposição, temendo a alta popularidade de Lula no Estado. Já Eduardo Leite (PSDB), disputa o governo contra o favorito Onyx Lorenzoni (PL) e reluta em apoiar Lula em um Estado de maioria bolsonarista, que não entenderia seu vínculo a velhos inimigos.
Sinuca de bico
Em ambos os casos, a avaliação é que declarar voto para Bolsonaro na Bahia ou a Lula nos pampas os faria perder mais votos que ganhar.
Decisivo
A diferença entre Jerônimo (PT) e ACM no 1º turno foi de 700 mil votos, exatamente a votação recebida pelo candidato bolsonarista João Roma.
Orgulho ferido
ACM Neto não quer dar o braço a torcer a Roma, seu antigo chefe de gabinete, com quem rompeu, nem a Bolsonaro, de quem se afastou.
Chances maiores
Entre os gaúchos, Leite ficou apenas 2,5 mil votos à frente de Edegar Pretto (PT), mas se atrair os petistas pode virar o jogo contra Onyx.
TSE ignora princípio da anualidade para eleições
A justiça eleitoral sempre prezou, até 2022, pela previsibilidade nas eleições e apenas regras aprovadas no mínimo um ano antes do pleito valem. Era o princípio da anualidade. Agora, o próprio TSE, em pleno ano eleitoral, estabeleceu novas regras como unificação do horário da votação e outros detalhes como código de vestimenta para mesários ou prender quem denunciar possíveis erros e falhas na urna eletrônica.
Passou batido
A unificação do horário de votação foi criada pelo TSE em uma sessão administrativa de dezembro de 2021, ignorando princípio da anualidade.
Menosprezo
Com a unificação, aprovada na gestão de Luís Roberto Barroso, eleitores do Acre são os mais prejudicados e só puderam votar até 15h.
Malabarismo jurídico
Restrição do porte de armas e entrega de celular foram outras medidas determinadas antes de um ano com as interpretações criativas do TSE.
Sintonia com a cidade
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o “JHC”, deixou o PSB para se filiar ao PL e apoiar a reeleição de Bolsonaro, fiel aos munícipes que deram ao presidente a única grande vitória em uma capital nordestina.
O cara do futuro
Fenômeno que conquistou quase 1,5 milhão de votos, em Minas Gerais, o jovem deputado federal eleito Nikolas Ferreira (PL), terror de quem ousou medir forças com ele nas redes sociais, é a cara do futuro.
Acabou no Irajá
Eleito deputado em 2018 pelo DF, Luis Miranda (Rep) virou oposição ao governador Ibaneis Rocha e inimigo de Bolsonaro. Mudou-se para São Paulo e deu vexame: 9 mil votos. Não seria suplente nem de vereador.
Caminho
Sobre a eleição no Brasil, o New York Times agora diz que Bolsonaro já pareceu estar “condenado” na eleição, mas no segundo turno há “um caminho para a reeleição para o político de direita”.
História tem
Empresário que doou R$600 mil à campanha de Lula (PT), Altair Vilar já foi alvo de ação de perda de mandato movida pelo próprio PT por infidelidade, quando ele deixou o partido de Lula pelo PSB.
Fôlego renovado
O deputado Acácio Favacho (MDB-AP) ganhou moral na reeleição. Um dos mais votados em seu Estado, teve fôlego eleitoral para puxar mais um. Com isso, o MDB do Amapá volta ter bancada na Câmara.
Campeão de votos
Deu as caras na Câmara, esta semana, o segundo deputado federal mais votado de Goiás, Gustavo Gayer. Ele foi perseguido por sua filiação ao PL e apoio a Bolsonaro, mas no fim de tudo somou 200.586 votos.
Brasileiros lá fora
Em 2018, quase 60% dos brasileiros que vivem no exterior não apareceram para votar. Este ano a falta de eleitores diminuiu para 56%, mas a tendência é que aumente consideravelmente no segundo turno.
Pensando bem…
…do alto do carro de som, Lula inventou a “caminhada” em que não se dá um passo sequer.
PODER SEM PUDOR
Esqueçam o que eu disse
Dezenas de movimentos populares participaram da IV Conferência das Cidades, no final de 2002, na Câmara, promovida pela Comissão do Desenvolvimento Urbano. No auditório Nereu Ramos lotado de militantes, no encerramento, um deles, com camiseta do Movimento Nacional de Luta pela Moradia e boina vermelha ao estilo Che Guevara, reclamava dos prédios públicos vazios nas grandes cidades e lá pelas tantas conclamou o auditório a invadi-los. Parou em seguida e pediu retificação: “Esqueçam isso, agora a gente é governo e não podemos tomar nada.” Gargalhadas generalizadas.
(Com a colaboração de André Brito e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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