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Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2022
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de terça-feira (13), um projeto de lei que altera a Lei das Estatais. A medida repercutiu mal no mercado de capitais – e fez despencar as ações da Petrobras e do Banco do Brasil na bolsa nesta quarta-feira.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, passou o dia em queda nesta quarta-feira (14), mas virou ao final do pregão e fechou com ganhos, repercutindo entrevista do futuro ministro da Economia, Fernando Haddad, à GloboNews.
A bolsa fechou no azul apesar do tombo registrado pelas ações da Petrobras, que sofreram com a aprovação na Câmara do texto-base de um projeto de lei que modifica a Lei das Estatais.
O Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,20%, aos 103.745 pontos. As ações ordinárias da Petrobras caíram 9,8%. Os papéis do Banco do Brasil também tiveram queda acentuada, de 2,48%.
Com o resultado, a bolsa acumula queda de 7,77% no mês, e de 1,03% no ano.
A pauta política dominou os mercados neste pregão, que permaneceu quase todo o dia em território negativo. Na terça, o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou os primeiros nomes de sua equipe: o economista e ex-banqueiro Gabriel Galípolo, que será o secretário-executivo (número 2 da pasta), e o economista Bernard Appy, que será secretário especial para lidar com a reforma tributária.
Ainda no campo político, na noite de terça a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base de um projeto de lei que modifica a Lei das Estatais, flexibilizando a nomeação de políticos para presidência e diretorias de empresas públicas. Atualmente, é necessário um intervalo de 36 meses para que um político tenha uma nomeação e o projeto de lei prevê modificação do prazo para 30 dias.
A aprovação aumenta a percepção de risco fiscal e de possível ingerência política no comando dessas companhias, o que tem provocado uma queda acentuada na cotação de empresas estatais neste pregão, com destaque para a Petrobras e o Banco do Brasil.
Os ânimos esfriaram durante a tarde, após entrevista de Haddad à GloboNews. No programa, ele defendeu uma nova âncora fiscal, sem detalhar qual, para o lugar do teto de gastos. E afirmou que ela será apresentada via lei complementar no começo do ano.
Segundo especialistas, o temor é que as alterações na lei das estatais aumentem os riscos de interferência política no comando das empresas de economia mista que têm o Estado como controlador ou acionista majoritário.
Segundo Filipe Villegas, estrategista-chefe da Genial Investimentos, para além da cautela com interferência política, a decisão da Câmara leva ao mercado uma “sensação de insegurança jurídica pela forma como o projeto foi aprovado, no meio da noite”, o que aumenta os receios sobre a estabilidade do país no longo prazo. As informações são do portal de notícias G1.