Segunda-feira, 31 de março de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2025
O anúncio do presidente americano Donald Trump de que vai elevar em 25% as tarifas sobre as importações de carros no país fizeram as ações de montadoras do mundo inteiro – inclusive dos EUA – desabarem nessa quinta-feira (27). As tarifas, segundo a Casa Branca, entram em vigor na próxima quarta-feira, dia 3 de abril.
Quase metade dos 16 milhões de carros vendidos nos EUA no ano passado foi importada, com um valor total superior a US$ 330 bilhões, segundo analistas do Goldman Sachs.
As ações da gigante automobilística dos EUA General Motors fecharam o dia em queda de 7,34%, enquanto a Ford perdeu 3,8%.
As tarifas de Trump deixam as montadoras americanas vulneráveis, após anos de construção de uma ampla cadeia de suprimentos transnacional e da expansão de instalações de montagem no México e no Canadá, essenciais para sustentar suas vendas nos EUA.
Na Europa, as ações da alemã Volkswagen, maior montadora do continente, recuaram 1,49%, enquanto as das marcas de luxo BMW e Mercedes-Benz recuaram 2,55% e 2,69%, respectivamente.
No Japão, a queda das ações levaram a uma perda somada de US$ 16,5 bilhões em valor de mercado no setor automobilístico, segundo dados da LSEG. As ações da Toyota caíram 2,8%, as da Honda recuaram 2,67% e as da Nissan tiveram uma queda de 1,68%.
Na Coreia do Sul, a Hyundai Motor perdeu 4,28% e a Kia 3,49%.
A cadeia automotiva global é intrinsicamente conectada, com produções de partes de peças das grandes montadoras se estendendo por vários países e mercados regionais consolidados.
A alemã Volkswagen, por exemplo, tem 43% de sua vendas nos EUA oriundas de carros produzidos no México, segundo estimativas da S&P Global Mobility.
A Stellantis, gigante dona da Fiat e da Chrysler (marca originalmente americana), também está na mesma situação, assim como a Ford, sendo ambas algumas das maiores montadoras de veículos dos EUA com produção no México.
As montadoras da América do Norte desfrutam, em grande parte, de um status de livre comércio desde 1994. O Acordo EUA-México-Canadá (USMCA), assinado por Trump em 2020, impôs novas regras para incentivar a produção de conteúdo regional. Agora, a tarifa anunciada pelo presidente americano na prática deve encerrar este pacto.
Os importadores de automóveis sob o USMCA precisarão certificar que o conteúdo foi produzido nos EUA, de modo que apenas a parte não fabricada em território americano seja tributada, informou a Casa Branca. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.