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Mundo Acordo da União Europeia com o Mercosul chega em péssimo momento, afirma Noruega

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A primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, durante evento em junho. (Foto: Reprodução/Twitter)

A primeira-ministra da Noruega, integrante da Associação Europeia de Livre-Comércio (EFTA, na sigla em inglês) que reúne os países do continente não membros da UE (União Europeia), lamentou nesta terça-feira (27), o “péssimo momento” do acordo comercial concluído com o Mercosul no contexto dos incêndios na Amazônia. As informações são da revista Veja.

Em meio a uma enxurrada de críticas no exterior por sua gestão dos incêndios, o presidente Jair Bolsonaro havia anunciado na sexta-feira (23) o fechamento de um acordo de livre-comércio entre a EFTA (que reúne Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça) com o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai).

“(Por um lado) É um péssimo momento, agora que a Amazônia está em chamas”, afirmou Erna Solberg, cujo país exerce a presidência rotativa do EFTA no segundo semestre do ano, ao jornal Dagens Naeringsliv. “Por outro, é um acordo que passamos anos tentando concluir, e o acordo apoia o objetivo de uma gestão sustentável da floresta tropical.”

O anúncio deste tratado comercial chega no momento em que países como França e Irlanda ameaçaram bloquear o acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o bloco sul-americano para protestar contra a gestão dos incêndios por parte da Presidência brasileira.

Também acontece poucos dias depois de a Noruega, seguindo os passos da Alemanha, anunciar a suspensão de sua contribuição financeira para o Fundo Amazônia, que prevê recursos para a preservação da selva amazônica.

Esta coincidência levou organizações de defesa do meio ambiente e partidos de oposição a lançarem duras críticas ao governo de direita na Noruega por fechar um acordo de livre-comércio com o Mercosul justamente quando o Brasil é alvo de pressão internacional.

Segundo o jornal europeu Klassekampen, dois partidos nanicos da coalizão de governo, liberais e democrata-cristãos, não excluem rever o acordo com o Mercosul, quando o texto for examinado no Parlamento.

A resistência dentro do governo acredita que é necessário colocar ainda mais pressão sobre o Brasil para impedir o desmatamento.

Este ano já foram registrados mais de 80.000 incêndios no Brasil, uma alta de 80% em relação a 2018. Mais da metade dos focos (52%) se concentrou na região amazônica.

Férias canceladas

O Itamaraty decidiu suspender as férias de todo os embaixadores do Brasil na Europa e nos demais países do G7 pelos próximos 15 dias, em um esforço para coordenar uma resposta ao que está sendo chamado no governo de “crise ambiental“, disseram fontes com conhecimento do assunto.

A decisão foi tomada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, depois de uma reunião de emergência convocada pelo presidente Jair Bolsonaro no final da tarde de domingo. A preocupação é o estrago causado na imagem do Brasil pelas queimadas e o desmatamento na região amazônica.

A ameaça por alguns países europeus de não ratificar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia é uma das consequências da crise ambiental.

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