Quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
Por Guto Lopes | 11 de dezembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O Mercosul, durante muito tempo, enfrentou desafios que colocaram sua relevância em xeque. Enquanto alguns países membros buscavam soluções unilaterais, o bloco parecia definhar diante da falta de unidade e propósito comum. Porém, a assinatura do acordo com a União Europeia resgata o protagonismo do Mercosul, consolidando uma vitória estratégica para o Brasil e, especialmente, para o presidente Lula, que nunca deixou de acreditar na força do bloco.
Nos últimos anos, o Mercosul sofreu ataques e ameaças internas. Na Argentina, Javier Milei, com seu discurso inflamado, sugeria abandonar o bloco, mas, como dizem, “cão que muito late não morde”. Já no Uruguai, Lacalle Pou flertou com a ideia de relações bilaterais diretas, ignorando os interesses coletivos do Mercosul ao priorizar um acordo com a China. Foi preciso uma guinada política, com a vitória da Frente Ampla, para trazer de volta um compromisso mais alinhado com os ideais de integração regional.
No Brasil, a postura de Lula sempre foi clara: o Mercosul é prioridade. Durante suas gestões anteriores e agora, ele reafirmou a importância da união regional como estratégia de fortalecimento político e econômico. Sua liderança foi essencial para destravar negociações que se arrastavam há mais de duas décadas com a União Europeia. Este acordo não é apenas um marco histórico para o Mercosul, mas também um símbolo do retorno do Brasil ao cenário global como protagonista do diálogo internacional.
As vantagens são muitas. Para o Brasil, o agronegócio e a indústria terão acesso privilegiado a um dos mercados mais exigentes e sofisticados do mundo. Os consumidores europeus, reconhecidos por seu alto poder aquisitivo e preocupação com qualidade e sustentabilidade, são um público ideal para os produtos brasileiros, especialmente aqueles que respeitam critérios ambientais e sociais rigorosos. Por outro lado, os consumidores brasileiros também poderão acessar bens europeus de qualidade a custos mais competitivos.
O acordo UE-Mercosul é, sem dúvida, uma grande conquista para o Brasil e para o bloco como um todo. Ele simboliza não apenas um avanço econômico, mas também a força da diplomacia em tempos de desafios globais. Com Lula no leme e o Mercosul fortalecido, a América do Sul reafirma seu lugar no mundo. É tempo de aproveitar essa oportunidade para impulsionar o desenvolvimento, sempre com um olhar atento à sustentabilidade e à inclusão.
(Instagram: @gutolopesrs)
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