Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de outubro de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Os institutos de pesquisa terminaram as duas últimas eleições com a credibilidade arranhada, tropeçando em erros grotescos e influenciando muitos à mudança do voto. Os episódios, logo esquecidos, vão se repetir em 2018, significando mais um atentado no processo que deveria ser isento de manipulações.
Há um outro aspecto: as pesquisas são cada vez mais decisivas para o direcionamento das doações de campanhas. O dinheiro corre com mais facilidade para os cofres dos que aparecem com chances de vitória.
Induzido ao erro
Em meio à incontável lista de pesquisas equivocadas, uma chegou a ser cômica: em 1985, o candidato Fernando Henrique Cardoso confiou na pesquisa Datafolha e sentou na cadeira do prefeito de São Paulo antes da hora. A foto ocupou espaços destacados nos jornais. Abertas as urnas, o vitorioso foi Jânio Quadros, que não perdeu a oportunidade de usar seus dotes teatrais, desinfetando o trono para só depois ocupá-lo.
Regra do jogo
Com a punição ainda não suficientemente rígida, em 2018 candidatos continuarão recorrendo a todo o tipo de estratagema para conseguir dinheiro. A receita inclui compromissos, acordos, concessões e até humilhações.
Dom de iludir
Cada indivíduo tem o direito de decidir sobre seus destinos políticos. Porém, a manutenção no poder de figuras carimbadas e vinculadas à corrupção comprova que, na hora de apertar alguns botões da urna eletrônica, a verdade não é suficientemente avaliada por eleitores. Submetem-se, de forma reiterada, às promessas mais estapafúrdias. Não será assim que o País caminhará para uma Democracia de maior intensidade.
Anda assim
Algumas bizarrias de tempos confusos na Assembleia Legislativa são mais surrealistas do que as telas de Salvador Dali.
Marca vem de longe
Depois de provocar reações desfavoráveis, o Departamento de Estado norte-americano decidiu substituir a expressão “corrupção endêmica” por apenas “corrupção” em um relatório distribuído, na primeira semana de outubro de 1997, a empresas que desejavam investir no Brasil. Segundo levantamento realizado pela organização não governamental alemã Transparência Internacional, Brasil era o 15º num ranking de países mais corruptos do mundo
Mostra a ferida
Célio Borja, um dos mais respeitados juristas do País, sempre defendeu uma posição lúcida: “Não precisamos de uma nova Constituição, mas de uma lipoaspiração, por meio de emenda que suprima tudo além do conceito geral”. Borja citou um exemplo: “A Constituição fala até da Polícia Ferroviária Federal. Quase não temos ferrovias, mas a Polícia Ferroviária tem garantias constitucionais”.
Há 80 anos
A 9 de outubro de 1937, o governo federal baixou censura postal e telegráfica em todo o país. Foi uma das consequências do estado de guerra, que havia sido decretado uma semana antes, acompanhada da suspensão das garantias individuais da Constituição Federal, entre elas o direito adquirido, a liberdade de reunião, a entrada de estrangeiros e o asilo inviolável da casa. Aproximava-se o golpe do Estado Novo, que veio a ocorrer a 10 de novembro do mesmo ano.
Não se movimenta
Sem bússola e temendo temporais, a nau marquetiana do Palácio do Planalto não consegue puxar as âncoras e sair do cais do porto.
Ficam de plantão
No banquete da crise, não faltam os que estufam a barriga. Alimentam-se, sem nenhuma vergonha, de suculentas falcatruas.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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