Terça-feira, 26 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2018
O ator e humorista Kevin Hart anunciou na madrugada de sexta-feira pelo Twitter que não irá mais apresentar a cerimônia do Oscar de 2019. Ele havia sido anunciado como anfitrião da festa na quinta-feira.
A decisão foi tomada após o Hart ser acusado de homofobia por uma série de publicações feitas no Twitter de 2009 a 2011. Em uma delas ele diz que se um filho seu quisesse brincar com uma casa de bonecas ele iria “quebrá-la na cabeça dele e dizer ‘pare, isso é gay'”. As postagens foram apagadas.
Na rede social, o ator diz que iria desistir de apresentar o Oscar porque não queria “ser uma distração em uma noite que deve ser celebrada por muitos artistas talentosos”. Ele também pediu desculpas à comunidade LGBT e disse que continua “evoluindo”.
Horas antes do anúncio, Hart havia se defendido em um vídeo onde disse que “se vocês não acreditam que uma pessoa muda, cresce e evolui ao ficar mais velha, não sei o que dizer”.
Na quinta-feira, Hart disse que trabalhar no Oscar seria a maior oportunidade da sua vida.
Nascido na Filadélfia, o ator de 39 anos atuou em “Policial em Apuros” (2014) e “Um Espião e Meio” (2016). Ele também aparece na mais recente versão de “Jumanji”, lançada no fim do ano passado, atuando ao lado de Dwayne Johnson, Karen Gillan e Jack Black.
A próxima cerimônia do Oscar está marcada para 24 de fevereiro.
Manifestações
Logo após a confirmação de que Kevin Hart seria o apresentador do Oscar 2019, críticos de Hollywood e jornalistas compartilharam o descontentamento com a escolha.
Os motivos foram declarações do ator e uma confissão de que se tornou violento com Torrei Hart, ex-esposa com quem esteve até 2011. Os fatos foram trazidos à tona pelo fundador do Awards Watch, Erik Anderson.
“Considerando quantos fãs do Oscar são gays e mulheres, é algo para Academia considerar quando contrata um cara que bate em uma esposa, trai outra quando ela está grávida de oito meses e afirma que o seu maior medo é o seu filho crescer e ser gay”, afirmou Anderson nas redes sociais.
Em 2017, Kevin Hart admitiu que traiu Eniko Parrish durante a gravidez da esposa. Além disso, em seu livro de memórias, I Can’t Make This Up, confessou ter sido violento com a primeira companheira.
Já as declarações homofóbicas surgiram em uma apresentação de 2010 de Kevin Hart, chamada de Seriously Funny. Benjamin Lee, jornalista do The Guardian, utilizou as redes sociais para relembrar a todos o trecho do roteiro em que o humorista conta como reagiria se soubesse que o filho é homossexual.