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Acusados pelas mortes de três pessoas da mesma família podem voltar ao banco dos réus

Mulher era o alvo. Sobrinha e Cunhado foram executados para não testemunharem. (Foto: Reprodução)

Em Passo Fundo (Região Norte do Estado), o Ministério Público encaminhou apelação no Tribunal de Justiça para que voltem ao banco dos réus os acusados de matar três integrantes da mesma família – incluindo uma adolescente. O múltiplo homicídio foi cometido em 19 de maio de 2020 no bairro Edmundo Trein.

O julgamento popular foi realizado em 13 e 14 de agosto deste ano e resultou em sentenças consideradas insuficientes pelos promotores que atuaram no caso.

Um homem que já estava preso recebeu pena de 44 anos de cadeia por dois homicídios mas acabou absolvido em relação à terceira vítima. Uma mulher que respondia ao processo em liberdade foi absolvida de todas as acusações, ao passo que outros denunciados tiveram seus processos desmembrados.

O promotor de Justiça Fabrício Gustavo Allegretti, designado pelo Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MP para atuar em plenário na época, já havia informado que recorreria do resultado. Seu colega Justiça Diego Pessi, que atua na comarca local, argumenta que houve nulidades durante o júri, como a defesa ter exibido um vídeo que não constava nos autos.

Na ocasião do crime, uma mulher de 26 anos, seu cunhado de 34 anos e uma sobrinha de 15 estavam na mesma casa quando dois homens armados invadiram o local, renderam e estrangularam as vítimas com lacres de plástico. As execuções teriam sido ordenadas por um fazendeiro na cidade de Casca e sua esposa, após ele ter sido patrão e amante da mulher de 26 anos, relação que resultou em um filho ilegítimo. As outras duas pessoas foram mortas para não denunciarem a ação.

Os promotores sustentam que o ataque à residencia foi encomendado pelo casal com a ajuda de um cunhado (atualmente foragido, assim como a mulher do dono da propriedade). Este, por sua vez, contou com a ajuda de um ex-brigadiano na contratação da dupla de invasores, mediante recompensa em dinheiro.

Sudoeste gaúcho

O MP denunciou à Justiça, nesta semana, dois homens que mataram pai e filho a tiros na lancheria da família em Cachoeira do Sul (Sudoeste do Estado), em março. Conforme o processo, os autores do crime – um homem de 30 e outro de 40 anos – teriam efetuado os tiros ao confundir uma das vítimas com um adversário no tráfico de drogas.

Ambos permanecem presos. Eles foram denunciados pelos dois homicídios qualificados. Foram considerados agravantes o motivo torpe (desavenças no comércio de entorpecentes), o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel, além do uso de arma-de-fogo de uso restrito ( uma pistola de calibre 9 milímetros).

Vinícius Kochenborger Silva, 36 anos, morreu logo após ser atingido. Já Luís Alberto da Silveira Silva, de 60 anos, faleceu após quase uma semana de internação hospitalar.

De acordo com a promotora Marina Lameira, a dupla acusada e mais um terceiro indivíduo (ainda não identificado) haviam sido contratados por um quarto homem (igualmente desconhecido da investigação até o momento). Serviço: executar uma pessoa com quem o mandante concorria em atividades relacionadas ao tráfico.

O alvo da morte por encomenda trabalhava no mesmo estabelecimento comercial de propriedade de pai e filho, na rua rua João Antônio Muller (bairro Marina). No final da noite de 10 de março, um dos contratados entrou no local e, acreditando ter identificado o indivíduo a ser morto, chamou os dois comparsas, que logo depois chegaram ao local e dispararam cinco vezes – primeiro em Vinícius, depois em Luís Alberto.

(Marcello Campos)

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