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Acusados por morte de brigadiano no Litoral Norte foram condenados a sentenças de prisão que chegam a mais de 100 anos

Crime foi cometido em 2016 na praia de Cidreira. (Foto: Divulgação/TJ-RS)

Em sessão encerrada na madrugada desta quarta-feira (7), o Tribunal do Júri da Comarca de Tramandaí (Litoral Norte) condenou cinco homens acusados pela morte de um policial da BM (Brigada Militar) e outras 11 tentativas de homicídio contra integrantes da corporação, em agosto de 2016, na praia de Cidreira.

Thales Ferreira Floriano foi morto quando ele e os colegas atuavam em um incidente envolvendo invasão de imóveis no bairro Chico Mendes, no âmbito da disputa por pontos de tráfico de drogas por criminosos. Segundo testemunhas, os brigadianos foram recebidos a bala pelos acusados.

A sentença foi divulgada após mais de 15 horas de sessão no Fórum. Todos os réus foram condenados por um homicídio qualificado, 11 tentativas de homicídio qualificado e por duas violações de domicílio qualificada. Com o veredito dos sete jurados, as penas foram fixadas pelo juiz Gilberto Pinto Fontoura, sendo que duas ultrapassam os 100 anos (no Brasil, porém, ninguém pode cumprir mais de 30 anos consecutivos de reclusão).

Maycon Leiria da Silva e Mário Josias da Costa Trein receberam sentenças de 102 anos e oito meses de prisão cada um, em regime inicialmente fechado, e mais dois anos e oito meses de detenção em regime inicial aberto. Já para Cássio Rodrigues do Santos a pena foi de 93 anos e quatro meses em regime inicial fechado e mais dois anos e quatro meses de detenção em regime inicial aberto. Por fim, coube a Anderson Rodrigues Duarte e Lucas Leiria da Silva 84 anos de reclusão em regime inicial fechado e mais dois anos de detenção em regime inicial aberto.

Feminicídio

Com o retorno  gradual ao trabalho presencial na maioria das 164 comarcas de Justiça do Estado, as varas do júri reabriram as agendas para agendamento de sessões de julgamento. Em Bento Gonçalves (Serra), o primeiro júri realizado desde o começo da pandemia de coronavírus foi presidido pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo.

A cerimônia foi realizada sem a presença de público, por segurança sanitária, e os jurados foram colocados nos assentos comumente destinados à plateia no Salão do Júri. No banco dos réus, Paulo Cesar Correa, que foi condenado pela tentativa de matar a ex-companheira, Roberta, em março do ano passado, ao atacá-la com uma faca.

A pena foi fixada pela magistrada em 11 anos e quatro meses de reclusão, no regime inicial fechado. Os sete jurados levaram em conta as agravantes do crime, motivo torpe e feminicídio.

Na ocasião, conforme descreveu a denúncia, Paulo esperou Roberta à saída do trabalho dela para conversarem sobre um possível reatamento da relação. Inconformado com a resposta negativa, Paulo desferiu quatro golpes com objeto perfurocortante (uma lâmina de 18 centímetros) no peito e no abdômen da mulher.

Atuou na acusação o promotor público Eduardo Só dos Santos Lumertz e, ao passo que a defesa do acusado teve como defensor público Rafael Carrard.

(Marcello Campos)

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