A adesão do PT ao bloco de Arthur Lira (PP-AL) na eleição da presidência da Câmara, nesta quarta-feira (1.º), provocou um racha no partido e fez com que seus integrantes criticassem a articulação feita para atrair aliados. A avaliação é que, embora tenha aumentado de tamanho, o PT garantiu apenas a 2.ª secretaria, cargo que já tinha sob Jair Bolsonaro. Petistas anteveem ainda que a falta de coordenação política do governo na montagem de sua base de apoio na Câmara tende a resultar em superpoderes para Lira. Ele havia se enfraquecido com o fim do orçamento secreto e, agora, com a montagem de uma base própria de apoiadores na Câmara, Lira poderá exigir do governo ter de volta o acesso ao Orçamento federal.
“Foi um erro grave na condução da articulação política do governo, ao invés de tentar montar um bloco majoritário governista, optar por fazer um bloco com o PL depois de 8 de janeiro e abrindo mão de espaços”, diz Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele também critica o apoio ao Republicanos para a eleição ao TCU, sendo que o partido é contra Rodrigo Pacheco no Senado.
Vice-líder do governo, Rubens Jr. (PT-MA) afirma que os espaços do PT na Câmara são um “acordo possível”. “Se fosse pela proporcionalidade, o PL teria direito a escolher primeiro as comissões. Perde um pouco de um lado, mas ganha em governabilidade.”
Casado
Possível candidato do PL à Mesa Diretora, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) pediu apoio do PT na eleição. Procurou Maria do Rosário (PT-RS) para dizer que espera “reciprocidade”.
Engorda
A corrida do PSD e do PSB para engrossar suas fileiras no Senado a poucos dias da eleição para a presidência não é em vão. Resolução aprovada em abril do ano passado alterou a data para o cálculo do tamanho dos partidos e, consequentemente, a distribuição de cargos no Senado. Já são três conversões: Jorge Kajuru (PSB-GO), Flávio Arns (PSBPR) e Mara Gabrilli (PSD-SP).
A regra anterior definia como data o tamanho dos partidos no dia da diplomação. A redação agora diz que o cálculo é feito entre a primeira e a terceira sessão do legislativo, o que pode ocorrer só na semana que vem.
Rave
O ex-ministro Alexandre Baldy organizou dois dias de festa em sua casa para cerca de 200 convidados por noite, com show sertanejo, para recepcionar deputados que desembarcam em Brasília. Ele é do PP e trabalha pela reeleição de Lira.