Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2022
Elizabeth "Liz" Truss se tornou a terceira mulher a liderar o governo britânico, depois da "dama de ferro" e de Theresa May.
Foto: ReproduçãoElizabeth “Liz” Truss venceu nesta segunda-feira (5) as eleições para ser a nova chefe do Partido Conservador britânico e, por consequência, a nova primeira-ministra do Reino Unido. Admiradora da primeira-ministra Margaret Thatcher, a quem interpretou quando criança em uma peça no colégio, ela espera agora seguir seus passos como a terceira mulher a chefiar o governo no Reino Unido.
Assim como Thatcher, apelidada de “dama de ferro” por sua mão dura quando governou o país de 1979 a 1990, Truss, de 46 anos, é uma defensora do livre comércio e entrou na campanha para suceder o primeiro-ministro Boris Johnson encarnando a ala mais à direita do Partido Conservador.
Da esquerda para a direita
Nascida em 26 de julho de 1975, casada e com duas filhas, “Liz não tem medo de dizer o que pensa, e acredita que livrar as pessoas dos procedimentos burocráticos onerosos para criar empresas e fazê-las crescer é a chave de nosso futuro econômico”, diz um texto publicado em sua página na internet.
Após uma década no setor privado, sobretudo como diretora comercial, foi vereadora no sudeste de Londres e depois se tornou deputada em 2010, pelo distrito eleitoral de South West Norfolk, no leste da Inglaterra. Em 2012, entrou no governo e ocupou uma série de ministérios, primeiro como secretária de Estado de Educação e depois como ministra do Meio Ambiente de 2014 a 2016.
Também foi a primeira mulher ministra da Justiça e, posteriormente, secretária-chefe de Tesouro. No entanto, sua presença nas fileiras conservadoras estava longe de ser óbvia.
Oxford e Brexit
Truss cresceu em um entorno bastante ligado à esquerda. Na Universidade de Oxford, onde se formou em política e economia, presidiu um grupo liberal-democrata que na época apoiou um segundo referendo sobre o Brexit.
Conforme ela mesma admitiu, escandalizou seus pais, um professor de matemática e uma defensora do desarmamento nuclear que costumava acompanhar nas manifestações quando criança, ao acabar adotando posturas muito à direita.
Os conservadores, entre os quais ela rapidamente se converteu em uma estrela emergente, tinham ideias que se encaixavam melhor com as suas. “Minha filosofia pessoal”, disse uma vez ao jornal The Guardian, “é dar às pessoas a oportunidade de tomar suas próprias decisões”.
Junto com Boris Johnson, Truss incorporou o apoio maciço do Reino Unido para a Ucrânia, com sanções econômicas em uma escala sem precedentes. Também se destacou por sua postura, primeiro conciliadora e depois intransigente, com a União Europeia nas delicadas negociações sobre os acordos pós-Brexit para a Irlanda do Norte.