O diretor do grupo Walt Disney, Bob Iger, fez um chamado aos líderes políticos dos Estados Unidos a romper com a cultura da divisão e desprezo e afirmou que Adolf Hitler “teria amado as redes sociais”.
“O ódio e a ira estão nos arrastrando para um abismo (…) A política, em particular, está dominada pelo desprezo”, declarou o executivo durante um jantar nesta quarta-feira organizado pelo centro Simon Wiesenthal, que monitora atividades antissemitas no mundo.
“Hitler teria amado as redes sociais. É a ferramenta de marketing mais poderosa que um extremista pode desejar”, continuou.
“As redes sociais refletem uma visão de mundo estreita do mundo -filtrando qualquer coisa que desafie nossas crenças- e constantemente validamos nossas convicções e amplificando nossos medos mais profundos”.
O diretor-executivo da principal companhia de entretenimento do mundo ressaltou que “as notícias nas redes podem conter tanta ficção como fatos, propagando ideologias vis que não tem cabimento numa sociedade civilizada” e permitindo que “o mal se aproveite das mentes perturbadas e das almas perdidas”.
Iger ainda pediu para “renunciar e rechaçar de uma vez o ódio em todas suas formas com a mesma convicção que tivemos durante a Segunda Guerra Mundial” e isso inclui bloquear “a cultura do desprezo que nos impede debater e discutir”.
“É possível ter um debate político sem atacar às pessoa”, declarou o executivo, que considerou que os cidadãos devem ser “mais exigentes” com os políticos, principalmente perto das eleições presidenciais de 2020, nas quais o presidente Donald Trump, um ávido usuário do Twitter, busca a reeleição.
“Quero ouvir um discurso que não esteja baseado no desprezo aos outros, quero ter uma visão suficientemente grande que inclua todos, quero que me inspirem”, acrescentou. “Podemos fazer melhor”.
Líderes mundiais nas redes sociais
O presidente Jair Bolsonaro é o líder de uma nação mais ativo nas redes sociais, enquanto que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, é o mais popular, com 43,5 milhões de seguidores de sua página pessoal, segundo estudo publicado na quarta-feira.
A pesquisa da agência de comunicação (BCW) Burson Cohn & Wolfe, preparada com dados de cerca de mil líderes, mostra que Bolsonaro, que completau 100 dias no poder, tem 145 milhões de interações nas redes sociais.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece como um importante grande cliente do Facebook, pois desde a criação da sua conta nesta rede social, pagou por mais de 50 mil anúncios.
“Uma estratégia paga continua sendo essencial para garantir alcance e ter um impacto sério”, afirmou o diretor de inovação do BCW, Chad Latz.
Trump não é o único que se promove através do Facebook, a rede social mais usada no mundo. A página da primeira-ministra britânica, Theresa May, também fez isso com 74 publicações em dezembro para apoiar seu plano de saída da União Europeia, agora em debate no Reino Unido.
No entanto, a mudança no algoritmo do Facebook, que favorece as publicações de amigos, familiares e grupos, significou para os líderes mundiais uma queda no número total de interações de 32,3% desde 2016, segundo o estudo.
Na lista de popularidade, Modi é seguido pelo presidente Trump, com 23 milhões de “curtidas” em sua página, enquanto a rainha Rania da Jordânia ocupa a terceira posição, com 16,9 milhões de seguidores.
Trump também é o segundo em termos de atividade em sua página no Facebook (84 milhões de interações), embora esteja distante do presidente brasileiro.
Entre os líderes latino-americanos, o mais popular no Facebook é o presidente mexicano Andres Manuel López Obrador, com 5,6 milhões de “curtidas”, seguido por seu colega argentino Mauricio Macri, com 4,4 milhões.
O BCW também produz outros estudos sobre o uso de redes sociais igualmente populares, como Twitter ou Instagram, por parte dos líderes mundiais.