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Geral Adversários do PT: governador de Minas Gerais procura o governador paulista e já busca aliança para disputar a Presidência em 2026

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Zema e Tarcísio intensificam movimentos de olho na corrida ao Planalto em 2026. (Foto: Reprodução)

Cotado como um dos possíveis herdeiros políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), abriu conversas com rivais do PT e interlocutores do chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de olho na próxima corrida ao Palácio do Planalto, em 2026. Durante viagem a Brasília nesta semana, agendada inicialmente para discutir ajustes na reforma tributária, Zema se reuniu com lideranças de PP, Republicanos e União Brasil que se alinham à oposição a Luiz Inácio Lula da Silva, e conversou sobre uma aliança voltada à próxima eleição presidencial.

O périplo de Zema começou na manhã de terça-feira numa reunião com o vice-presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda. Também participaram do encontro, revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, lideranças do partido na Bahia, como o atual prefeito de Salvador, Bruno Reis, e seu antecessor, ACM Neto, que enfrentam a concorrência do PT pela capital baiana em 2024.

Na quarta, Zema conversou com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, e com o deputado federal Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos.

“Nosso foco foi a reforma tributária, mas obviamente no caso de Republicanos, União Brasil e PP os encontros também serviram para falar dos rumos desse campo da direita e da centro-direita. A caminhada (até 2026) é longa, mas é importante que esses atores políticos estejam alinhados e construam esta unidade”, afirmou o chefe da Casa Civil do governo de Minas, o ex-deputado Marcelo Aro (PP).

Ao jornal O Globo, um cacique partidário que participou dos encontros disse que Zema mostrou foco “total” na construção de uma aliança com outros possíveis herdeiros do espólio do bolsonarismo. Na avaliação de parlamentares, o governador de Minas tem evitado disputar protagonismo e adota uma postura estratégica de aliado de Tarcísio.

O deputado José Rocha (União-BA), aliado de ACM Neto e que defende o apoio a Tarcísio na próxima disputa presidencial, vê abertura para uma chapa com Zema.

“Se tiverem juízo, vão relembrar a aliança do ‘café com leite’ (de Minas e São Paulo, na República Velha). Uma chapa com os dois seria muito forte”, declarou Rocha.

Assim como o governador de São Paulo, Zema mostrou objeção ao modelo do novo Conselho Federativo, responsável por distribuir os valores arrecadados com o futuro IVA dual, e pressionou para que a composição do colegiado leve em conta o peso populacional ou o volume de arrecadação. O pleito favorece estados como Minas e São Paulo. Tarcísio, contudo, virou o principal alvo de aliados de Bolsonaro ao tomar a dianteira e declarar apoio ao texto da reforma, após sinalizações do relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), de que atenderia as solicitações.

Interlocutores avaliam o governador de Minas como mais “acanhado” e com menos traquejo político do que outros cotados à corrida presidencial, como o próprio Tarcísio e o governador do Paraná, Ratinho Jr. – a quem Zema já visitou. No entanto, consideram que ele tem melhorado a relação com a classe política, além de acenar à base bolsonarista.

No sábado, dia seguinte ao julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que condenou Bolsonaro à inelegibilidade, o governador de Minas publicou uma frase, atribuída ao ditador italiano Benito Mussolini, que chama atenção para tentativas de “restringir a liberdade do indivíduo”. Essa retórica constantemente é levantada pelo ex-presidente, por exemplo, ao criticar a atuação do Judiciário em casos em que é alvo.

Para um interlocutor de Bolsonaro e de Tarcísio, Zema procura dosar os acenos para que não pareçam “artificiais”, levando em conta o fato de não ser tão próximo ao ex-presidente quanto o governador de São Paulo.

A movimentação nacional de Zema ocorre em paralelo a uma fase de turbulências envolvendo seu governo e a oposição em Minas, capitaneada pelo PT. Na semana passada, após um vácuo na articulação do seu governo, a oposição obstruiu trabalhos na Assembleia Legislativa de Minas e adiou a votação do Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal, pré-requisito para a adesão do estado ao regime de recuperação fiscal.

Como o prazo vencia em junho, a situação abriu brecha para que o Tesouro Nacional executasse uma dívida de R$ 16,4 bilhões do estado com a União. O governo de Minas criticou a cobrança, afirmando que ela representaria o “colapso das contas públicas”, e ingressou no Supremo Tribunal Federal para anular a execução, alegando que a exigência de aval dos deputados estaduais é ilegal. Após acordo, parlamentares aprovaram o PAF, com voto contrário da oposição. As informações são do jornal O Globo.

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