Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2016
Uma advogada foi presa em Curitiba (PR) em pleno exercício da atividade profissional. Ao presenciar uma cena em que uma mulher e seu filho adolescente estavam sendo espancados por um homem, ela decidiu intervir.
A advogada e outras pessoas que também assistiam à cena constataram que o ex-marido havia espancado a mulher e o enteado, e havia fugido com o filho do casal, de apenas um ano de idade. A Polícia Militar foi acionada e, mesmo diante da gravidade da situação, se limitaram a informar que não poderiam pedir reforço a outras guarnições sobre o fato do pai estar fugindo com a criança.
A profissional tomou parte como advogada da vítima. Quando estavam narrando os fatos para o soldado que iria atender a ocorrência, a irmã da vítima chegou, assustada e com o bebê no colo, informando que o ex-marido havia ido à casa dela agredi-la e dizer que mataria o enteado da ex-esposa. Em um momento de lucidez, ela conseguiu tirar a criança de um ano do carro e se esconder. “Quando esse novo fato apareceu, pedimos ao policial para constar essas ameaças de morte na ocorrência, para ser mais enfático o pedido de prisão e a medida protetiva da família”, relatou a advogada. “Neste momento começou aquilo que, em 25 anos de advocacia, nunca tinha visto. O policial se alterou, disse que eu não iria lhe ensinar como trabalhar, me deu voz de prisão, mesmo eu me identificando como advogada, me algemou (…) e me levou presa para a delegacia”.
Segundo relato da defensora, o soldado não permitiu sequer uma ligação telefônica ou qualquer contato com outras pessoas. Depois de quase uma hora, o representante da Comissão de Prerrogativas da OAB do Paraná e a representante da Associação dos Advogados Criminalistas, acionados pelo marido da advogada, chegaram e solicitaram a retirada das algemas. Ela foi ouvida e assinou um termo para comparecer a uma audiência em fevereiro de 2017.