Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de abril de 2024
O médico infectologista Marcos Caseiro, de 61 anos, especialista conhecido na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, se mostrou indignado com a justificativa da ex-advogada, que sacou R$ 88,9 mil de um processo que ele ganhou na Justiça da Prefeitura de Santos. Nas últimas semanas, durante negociações entre a atual representante da vítima e a mulher, esta disse ter procurado por Caseiro, mas foi informada que ele havia morrido.
O médico entrou com a ação em 2006, mas só 2012 é que houve uma decisão favorável a ele, que deveria ter recebido R$ 62 mil. De acordo com Caseiro e a atual representante Clécia Rocha, a prefeitura fez o depósito judicial junto com os honorários advocatícios — variam de 10% a 20% –, juros e correções, que chegou a R$ 84,9 mil. Com os rendimentos, o valor final ficou em R$ 88,9 mil.
Lindinalva não comunicou o cliente da situação. Em 2013, como tinha procuração dele, solicitou à Justiça o levantamento do dinheiro. Em setembro, quando o montante ficou disponível, ela se apropriou do valor. A mulher pagou os honorários de outra advogada que atuou com ela no caso. Segundo ela, com o valor comprou próteses para a mãe, que teve a perna amputada. Lindinalva Marques e outra advogada moveram uma ação em 2006 contra a prefeitura pelo reenquadramento de cargo do cliente, que provou cumprir função superior sem ter reajuste salarial e pedia a diferença dos valores.
O médico, que está bem vivo, afirmou que vai tomar as medidas cabíveis para que Lindinalva Marques pague o que deve. “Eu vou por todas as vias legais que existirem. [Nas esferas] civil, criminal, entrar [com representação] na OAB, tudo”. Segundo Caseiro, a mulher inventou a história de que foi informada sobre a morte dele no prédio em que morava. O médico diz que ele nunca morou na avenida Epitácio Pessoa, onde ela o procurou.
“Tudo que eu puder fazer pra que essas duas advogadas sejam punidas eu farei por conta de uma coisa muito simples: As pessoas são presas porque roubam desodorante no supermercado, roubam chocolate, roubam uma picanha, e uma advogada rouba R$ 80 mil? Eu espero que ela tenha uma punição justa para o que ela fez, desde que ela não queira reconhecer e pagar o que deve”, disse.
Caseiro descobriu o crime em janeiro deste ano, quando a suposta secretária da advogada que atuou com Lindinalva enviou uma mensagem pelo WhatsApp. O texto dizia que ele havia vencido o processo, mas que para resgatar o valor precisaria pagar um percentual. A abordagem levantou suspeitas e, com a ajuda da atual representante jurídica, descobriu que tinha sido vítima de apropriação indébita.
“Olha, ela fez isso comigo, um cara que tem nível universitário, um médico, imagina o que talvez não ocorra com outros indivíduos? Acho que isso tem que servir de um alerta para todo mundo, né? Tem que servir de um alerta”, ressaltou Caseiro.