Ícone do site Jornal O Sul

Advogado de Bolsonaro quer que julgamento por tentativa de golpe seja no plenário do Supremo, onde os 11 ministros votam

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, pedirá ao STF que o julgamento do ex-presidente aconteça no plenário da Corte. (Foto: Reprodução)

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirma que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o julgamento do ex-presidente aconteça no plenário da Corte, onde 11 ministros votam.

“Como pode se fazer um julgamento na turma? Nós temos uma regra. Eu vou [pedir para que seja no plenário]. Estou estudando a forma de pedir. Existe uma norma constitucional para julgamento de presidente da República”, disse em entrevista ao programa Estúdio i, da Globo News, na quinta-feira (20).

Vilardi diz ainda que a principal linha defesa é mostrar que o ex-presidente não participou da trama golpista.

“Hoje temos uma denúncia apresentada, e a principal linha de defesa será demonstrar que o presidente Bolsonaro não participou dos fatos descritos. Essa estratégia se baseia na própria inconsistência da denúncia.”

Na terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao STF uma denúncia formal contra o Bolsonaro e um grupo de aliados por tentativa de golpe de Estado em 2022. Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas.

O documento aponta que o ex-presidente liderou uma organização criminosa que praticou atos contra a democracia e tinha um “projeto autoritário de poder”.

Vilardi afirma que “não há dúvidas de que existiram fatos graves que foram narrados na denúncia. Não estou minimizando os fatos que foram postos na peça, estou apenas afirmando, estou convicto disso, de que o presidente não participou efetivamente de uma questão relativa a um golpe de Estado. Não participou, não assinou”.

Exagero

Em outra frente, um dia após ironizar uma possível prisão, o ex-presidente Jair Bolsonaro recuou da sua declaração e disse que exagerou quando falou que “cagou para a prisão”.

Ainda que os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenham sinalizado que não há clima político para pautar a anistia ao 8 de janeiro, Bolsonaro também disse que só a esquerda não apoia no Congresso o projeto de lei que dá anistia aos condenados pelos atos golpistas.

“Ontem eu exagerei um pouquinho, falando que estava assim para uma possível prisão. Exagerei um pouco, mas você exagera de vez em quando para mostrar que somos de carne e osso e a verdade vem nesses momentos”, declarou a participar de um evento organizado pelo PL em Brasília

Ao falar no mesmo evento do PL, o ex-presidente havia dito que não está se importando com uma eventual prisão, caso a denúncia seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ele seja condenado posteriormente:

“O tempo todo (dizem): ‘Vamos prender Bolsonaro’. Caguei para prisão. A turma que devolveu R$ 5 bilhões em delação premiada não tem nenhum preso.”

Ao falar da anistia, o ex-presidente disse que outros partidos além do PL tem apoiado o texto.

“Ela virá, temos conversando, os parlamentares têm colaborado nessa conversa. Parlamentares de outros partidos, a não ser a esquerdalha, a extrema esquerda, dizem que estão favoráveis a essa anistia.”

Bolsonaro fez referências indiretas ao ministro Alexandre de Moraes, relator no STF dos casos envolvendo a trama golpista e presidente do Tribunal Superior Eleitoral na época que a Justiça Eleitoral deixou o ex-presidente inelegível, após ataques ao sistema eleitoral.

“Eles querem aqui, vocês sabem quem é, não são eles, é ele. ‘Tirei o cara de combate, vamos acabar com a possibilidade de retornar’. Eleição sem oposição é negação da democracia.”

Em outro momento do discurso, Bolsonaro falou que chorava escondido quando era presidente.

“Procuro sempre não chorar em público. Dentro daquela sala vazia lá da Presidência já chorei várias vezes. ‘Meu Deus qual foi meu pecado pra estar aqui?’”. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal O Globo.

Sair da versão mobile