Por Redação O Sul | 22 de abril de 2024
O advogado André Callegari deixou a defesa do contraventor Rogério Andrade. A saída foi comunicada ao Supremo Tribunal Federal (STF) no último fim de semana. Na última quinta-feira (18), a defesa do bicheiro conseguiu derrubar medidas cautelares, como o uso da tornozeleira eletrônica e a cumprimento do recolhimento noturno domiciliar. O pedido foi aceito pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF.
Segundo informações do blog da jornalista Andreia Sadi, o comunicado de Callegari ao STF cita “motivos éticos” e “divergências estratégicas”.
Na semana passada, Callegari a havia dito que não via necessidade de o processo contra Rogério Andrade tramitar em sigilo – o caso chegou nessa condição ao STF e assim permanece.
O bicheiro responde a processos sob a acusação de chefiar uma organização criminosa que domina o jogo do bicho, máquinas de caça-níqueis, bingos e cassinos na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O pedido pela retirada da tornozeleira e para o fim do recolhimento noturno já havia sido feito no início do ano, quando Andrade tentava liberação para assistir ao desfile das escolas de samba na Sapucaí, no Centro da cidade.
O contraventor esteve na tarde da última quinta-feira na sede da secretaria de Administração Penitenciária, na Central do Brasil, para retirar a tornozeleira.
Ao solicitar a extinção das medidas cautelares, Andrade alegou que já as cumpria por cerca de dois anos. No despacho, Nunes Marques manteve a obrigação do comparecimento periódico ao juízo para comprovar as atividades e a proibição de manter contato com os demais réus e de se ausentar da comarca quando a permanência no Rio for conveniente ou necessária para a investigação ou instrução.
No dia seguinte à decisão do ministro Nunes Marques, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu sobre o caso, que agora deverá ser analisado pela Segunda Turma da Corte, composta por outros quatro magistrados.
Andrade foi preso em flagrante em agosto por determinação da 1ª Vara Especializada em Crime Organizado, a pedido do Ministério Público do Rio. Durante operação da Polícia Federal, que buscava encontrar Gustavo de Andrade, seu filho, foram encontrados documentos na casa onde ele se encontrava, em Petrópolis, na Região Serrana.
Sobrinho do bicheiro Castor de Andrade — que fez fama e fortuna por meio da contravenção na década de 1980 e 1990 —, Rogério seguiu o legado do tio à frente do jogo do bicho, e é suspeito de chefiar a operação de máquinas de caça-níqueis, bingos e cassinos em bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Rogério havia sido preso em 2022, por ordem da Justiça do Rio de Janeiro, em decorrência da Operação Calígula, do Ministério Público do estado, esses crimes e o pagamento de propina a policiais para proteger o esquema.
