Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2023
Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, nessa sexta-feira (18), o advogado Cezar Bittencourt, que representa o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, disse que conversou com Paulo Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro (PL) “por um minuto”.
O contato, segundo Bittencourt, aconteceu horas depois que a revista Veja divulgou entrevista em que ele disse que Cid ia admitir que vendeu joias a mando de Bolsonaro.
“Eu falei com ele na madrugada. Ele me ligou. E não tem nenhum problema, não sei qual é a diferença, é um grande advogado com grandes referências que me foram dadas por outro profissional. Qual é o problema? Não tenho censura não. Não tem problema nenhum. Não preciso esconder e nem revelar”, disse.
Questionado se recebeu algum tipo de ameaça depois da publicação, pela revista Veja, de reportagem em que ele afirma que Cid vai dizer que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos a mando de Jair Bolsonaro, Bittencourt negou.
Ao fim da entrevista, ele retomou o tema. “O advogado do outro lado é outro colega, simplesmente, não tenho nada contra a parte contrária e quero fazer a defesa do meu constituinte”, afirmou.
A afirmação foi feita poucos minutos depois de Bittencourt afirmar que não tinha tido contato com os defensores do ex-presidente.
O advogado também afirmou que não tem relação com a família Bolsonaro. “Não tenho proximidade, não conheço a família, nunca fui procurado por eles”, disse.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid, no sistema do Ministério da Saúde, de integrantes da família do ex-auxiliar e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Operação da PF
Na sexta-feira (11), a Polícia Federal fez buscas em uma operação que averigua a suposta tentativa de vender ilegalmente presentes dados ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro por delegações estrangeiras. Entre os alvos da operação, estavam:
*Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e tenente-coronel do Exército;
*Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cesar Barbosa Cid;
*Osmar Crivelatti, tenente do Exército e ex-ajudante de ordens
*Frederick Wassef, advogado que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça.
Em uma entrevista dada ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’, Bolsonaro afirmou que o tenente coronel Mauro Cid tinha autonomia para vender joias que foram recebidas em seu governo e que não mandou vender nada. A declaração foi dada um dia depois de o advogado de Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, ter afirmado que ele agiu cumprindo ordens diretas de Bolsonaro.