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Brasil Advogado-geral da União é o nome mais cotado para ser indicado pelo presidente Bolsonaro para a vaga de ministro “terrivelmente evangélico” do Supremo

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Advogado-geral da União integra igreja considerada "progressista". (Foto: Reprodução/Wikipedia)

Vem de uma igreja nova, sem templo próprio e “mais progressista” o reverendo André Luiz de Almeida Mendonça, advogado-geral da União e nome mais cotado para ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga de ministro “terrivelmente evangélico” do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em uma linha divergente do pensamento dominante no meio evangélico – considerado mais conservador –, a Igreja Presbiteriana Esperança de Brasília evita temas políticos, manifestou reservas a iniciativas do presidente, como a defesa de armas de fogo, e discute abertamente como “apoiar, capacitar e emancipar as mulheres em espiritualidade, liderança e serviço”.

“Nosso grupo dentro da igreja cristã é um pouco mais progressista, por isso pegamos uma vertente diferente”, disse o pastor titular Valter Moura, fundador da Esperança de Brasília e amigo de Mendonça. “Trabalhamos sobre questão de gênero. Em tantas igrejas que a mulher não é nada. Qual é a participação efetiva da mulher na história?”, questiona de forma retórica Moura, sem rodeios ao usar a expressão “gênero”, abominada pela ala mais ideológica do governo.

Criada há três anos, a Esperança tem 115 integrantes, dos quais costuma reunir pelo menos 60 nos cultos dominicais, realizados de forma improvisada no auditório de uma escola pública do Distrito Federal.

O AGU é um dos pastores auxiliares do colegiado que comanda a igreja. Segundo assessores, não é remunerado. Mendonça coordena a formação espiritual das crianças, em atividades como retiro e recreação em fins de semana. “O perfil dele é de uma pessoa simples, sempre acessível e muito afável. As crianças o adoram. Ele poderia estar numa igreja enorme aí”, disse o reverendo Moura.

O advogado-geral também costuma pregar nos cultos, revezando-se numa escala entre os demais pastores, e falar em encontros reservados do grupo de homens, a confraria “Homens da Esperança”, que se reúne na casa de um casal frequentador da igreja. Nos últimos bate-papos que liderou, Mendonça falou sobre “família” e algo caro à carreira que exerce: integridade.

Em 2018, Mendonça não fez campanha aberta por Bolsonaro

O advogado-geral não fez campanha aberta por Bolsonaro no ano passado. Em vez disso, um perfil dele nas redes sociais revela entusiasmo com a eleição de Marina Silva, então candidata a presidente pela Rede Sustentabilidade.

“Encontrei Marina Silva duas vezes em cerimônias religiosas, por ela também ser evangélica, mas nunca tratei de política com ela. Em uma delas, ela disse que não mistura política com religião, no que concordamos”, disse Mendonça ao Estado, por meio de sua assessoria, sem responder se fez campanha pela candidata.

Em 2002, o atual AGU havia publicado um artigo simpático à vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no jornal Folha de Londrina, quando era procurador da União na cidade. “Temos o primeiro presidente eleito do povo e pelo povo”, escreveu.

Diferentemente de igrejas pentecostais e neopentecostais de mais expressão, a Esperança não aborda temas eleitorais e político-partidários em cultos. No ano passado, a igreja usou as redes sociais para pregar tolerância entre os dois lados de uma campanha considerada pelos pastores como “conflituosa e violenta”.

Mendonça nunca foi reconhecido na igreja por ter perfil político, mas sim como “um homem da AGU”. O pastor Valter Moura diz que o incentivou quando ele confidenciou que seu nome era cotado para advogado-geral – e fez o mesmo agora com a possibilidade de uma vaga no STF. “O que vier, você vai se dar bem. Sempre. Coragem”, disse ele a Mendonça. “Mantemos as relações distantes. O que acontece lá [no governo] não se traz para cá. Nem ele quer, nem nós queremos.”

 

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