Quarta-feira, 26 de março de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2025
Celso Vilardi (foto), que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que "não se achou absolutamente nada" contra Bolsonaro.
Foto: Antonio Augusto/STFA Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (25), a primeira sessão para analisar se deve ser recebida a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 7 acusados de participação na tentativa de golpe de Estado em 2022.
O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que “não se achou absolutamente nada” contra o ex-presidente. E pontuou que Bolsonaro “foi o presidente mais investigado do País”. Ao fim de sua fala, pediu a rejeição da denúncia.
A sessão da Primeira Turma começou com a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes e com o posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em seguida, o STF passou a ouvir os advogados dos acusados. Cada representante teve 15 minutos para falar, em ordem alfabética dos nomes dos acusados.
Leia abaixo o resumo dos argumentos das defesas de Bolsonaro:
Ex-presidente da República, ex-deputado, ex-vereador do Rio de Janeiro e capitão da reserva do Exército, Bolsonaro foi representado pelo advogado Celso Vilardi. Segundo o advogado, Bolsonaro “foi o presidente mais investigado do País”. Vilardi também afirmou durante a sua fala:
* que, com Bolsonaro, não foi achado nenhum documento;
* que entende que crimes contra a democracia são “impossíveis”, já que se iniciaram em dezembro de 2021, quando o * governo de então era justamente o de Bolsonaro;
* que são 45 mil documentos relativos à denúncia: “um quebra-cabeça exposto à defesa”;
* que o tema deve ser julgado no plenário do STF;
* que o presidente não tem relação com plano Punhal Verde e Amarelo e Operação Copa 2022;
* que o material da delação de Mauro Cid deve ser confirmado por provas, mas que aconteceu o inverso. “O delator tem que falar e o Estado tem de trazer as provas”;
* que não é possível imputar a responsabilidade como líder de organização criminosa sendo que Bolsonaro não participou do 8 de janeiro. Pelo contrário, repudiou.
* quer a rejeição da denúncia.
“Eu inicio a minha sustentação dizendo que o presidente Jair Bolsonaro foi o presidente mais investigado da história do país, uma investigação que perdurou por anos, que começa com o objetivo de chegar a uma live de 4 de agosto de 2021, em que se autoriza a quebra de uma nuvem. Do seu ajudante de ordens, coronel [Mauro] Cid, que hoje é delator, que perdura por meses essa investigação da quebra com vários objetos diferentes”, afirmou o advogado.
“Num primeiro momento, verificava-se a live, numa investigação determinada pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. No segundo momento, investigava-se o cartão corporativo, os gastos do presidente e da primeira-dama. Depois, investigou-se até uma questão de emendas para se chegar numa questão de vacinas. Portanto, não havia um objeto específico”, prosseguiu.
O advogado justificou que foi o inquérito da vacina que ensejou a prisão e a colaboração do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
“E o que se achou, senhor presidente, depois de tudo isso? Que foram determinadas buscas e apreensões? Foi feita a quebra de nuvens, o presidente foi investigado, buscas e apreensões, o que se achou com o presidente? Absolutamente nada”, completou.
Vilardi ainda contestou como prova o documento achado na sede do Partido Liberal.
“Com o presidente não se achou absolutamente nada. A partir daí, a partir daí restava a versão do delator com uma minuta que estava no seu telefone tratando de uma questão de Estado de Sítio e mais absolutamente nada”, ponderou.
“Esse crime é impossível, com todo o respeito, falar-se em execução de crime contra o governo legitimamente eleito, que era o dele, o governo legitimamente eleito veio no final do ano de 22, com as eleições, então como se falar em tentativa, em início da execução? E mais, como se falar em início de execução, por pronunciamentos e lives, quando os dois tipos penais têm elementares do típico a violência ou a grave ameaça? Não existia violência nem grave ameaça”, concluiu.
As informações são do portal de notícias g1.