Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de dezembro de 2015
“Repare, dali eu estava vendo sua calcinha. Da próxima vez, venha com uma roupa mais composta. Cachorra.” Devido a essa afirmação, um advogado foi suspenso preventivamente por 90 dias pela seccional baiana da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Os dizeres foram proferidos a uma colega de profissão durante uma audiência em um Juizado Cível na região metropolitana de Salvador.
Repúdio.
O julgamento que suspendeu o advogado de exercer suas funções ocorreu recentemente, no Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-BA. Já as declarações foram proferidas no último dia 27 de novembro. Além da suspensão, a Comissão de Proteção aos Direitos da Mulher da OAB-BA divulgou nota de repúdio à situação vivida pela advogada. “É inadmissível que, ainda nos dias atuais, a mulher sofra censura moral e agressão verbal, de cunho discriminatório de gênero, em razão da suas roupas ou aparência”, afirma o grupo.
No texto, a agressão verbal é classificada como covarde, repulsiva, vergonhosa e desproporcional. Também é citado que o fato de uma mulher não ter direito sobre seu corpo e sua imagem profissional é um tipo de violência que não pode ser ignorada.
Provocação.
“A OAB-BA acaba de me dar férias de 90 dias! O Tribunal de Ética da OAB-BA suspendeu minha advocacia por 90 dias, a contar de amanhã, 1º de dezembro, por eu chamar a conciliadora de ‘cachorra’, daí que passarei o verão inteiro com meus clientes sendo representados apenas por minha esposa e a minha filha”, respondeu, ironicamente Marconi de Souza Reis, o advogado que agrediu a colega.