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Brasil Advogados da Petrobras pediram autorização ao juiz federal Sérgio Moro para enviar 10 perguntas por escrito ao ex-presidente da empresa, que está preso em Curitiba

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Bendine foi detido no interior de São Paulo em nova fase da Lava-Jato. (Foto: Gustavo Lima)

A Petrobras pediu autorização ao juiz federal Sérgio Moro para ouvir em apuração interna seu ex-presidente Aldemir Bendine, preso na Operação Cobra, desdobramento da Lava-Jato, em 27 de julho. O tema central das perguntas ao executivo, acusado de receber propina de R$ 3 milhões da Odebrecht, enquanto dirigia a estatal, é a EPE (Empresa Produtora de Energia) de Cuiabá, controlada pelo grupo J&F.

“Em virtude dos desdobramentos da assim denominada Operação Lava-Jato, a peticionária (Petrobras) instaurou e tem instaurado comissões internas de apuração quantos aos ilícitos praticados em prejuízo desta”, informam os representantes da estatal a Moro.

Segundo os advogados da companhia, “nesse sentido, visando uma completa apuração dos fatos, bem como o contínuo auxílio que a Petrobras vem prestando ao Juízo, à Polícia Federal e Ministério Público Federal, entende ser fundamental que o sr. Aldemir Bendine, réu nos autos da ação penal, manifeste-se quanto às questões relacionadas à época de sua gestão”.

Bendine assumiu a Presidência da Petrobras em 2015, indicado pela então presidente Dilma Rousseff, substituindo Graça Foster.

A missão do executivo, segundo amplamente divulgado pelo governo e por ele próprio ao tomar posse, era ajustar o balanço da companhia e contabilizar as perdas com a corrupção diante do escândalo que já fazia a petroleira sangrar desde março de 2014.

Bendine saiu do Banco do Brasil para a Petrobras. Era um nome de confiança do ex-presidente Lula.

A EPE de Cuiabá está no centro da primeira denúncia do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer e seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures (PMDB) por corrupção e lavagem de dinheiro. A empresa foi adquirida pela J&F em 2015.

Na acusação, Janot vê atuação de Rodrigo Loures, o “homem da mala dos R$ 500 mil da JBS”, para que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) concedesse uma decisão favorável à EPE de Cuiabá, em suposta prática anticompetitiva da Petrobras, relacionada à aquisição de gás natural da Bolívia.

Em abril deste ano, em ação controlada, a Polícia Federal filmou o ex-assessor de Temer saindo apressado do estacionamento de uma pizzaria com R$ 500 mil em propinas da JBS.

Segundo a denúncia, Loures recebeu a mala em nome de Temer como pagamento por resolver pendência da J&F junto ao Cade e à Petrobras.

A denúncia contra Temer foi barrada pela Câmara, que não autorizou o Supremo Tribunal Federal a abrir processo contra o presidente.

Os advogados que defendem a Petrobras, na Operação Lava-Jato, elaboraram 10 questionamentos por escrito para serem enviados a Bendine.

Na lista, a companhia pergunta a Bendine “qual a importância da EPE Cuiabá também conhecida como Mário Covas para o portfólio de negócios” para a estatal.

“Qual foi o reporte que você teve referente aos contratos celebrados com a EPE?”, questiona a defesa. “Durante a sua gestão, os contratos com a EPE podem ser considerados como contratos pouco usuais?”, acrescenta.

“Como o sr. considera a sua participação na negociação dos contratos celebrados com a EPE e nos demais contratos de fornecimento de gás?”, segue a defesa da estatal.

O Ministério Público Federal, no Paraná, afirma que Bendine, inicialmente, fez um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões, quando era presidente do Banco do Brasil, “para viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht Agroindustrial”.

A acusação aponta que os executivos Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, delatores da Lava-Jato, teriam negado o pedido porque entenderam que Bendine não teria capacidade de influenciar no contrato de financiamento do banco.

A força-tarefa afirma que “na véspera” de assumir a presidência da Petrobras, em 6 de fevereiro de 2015, Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis.

A denúncia afirma que desta vez o pedido foi feito para que o grupo empresarial Odebrecht não fosse prejudicado em seus interesses na estatal petrolífera, bem como para que pudesse ser beneficiado de alguma maneira, inclusive no que se refere às consequências da Lava-Jato.

A empreiteira, de acordo com a investigação, optou por pagar a propina de R$ 3 milhões. O valor, afirma a força-tarefa, foi repassado em três entregas em espécie, no valor de R$ 1 milhão cada, em São Paulo, em apartamento alugado a Antônio Carlos Vieira da Silva. Esses pagamentos foram realizados em 2015 pela Odebrecht, com a atuação do doleiro Álvaro José Galliez Novis.

O MPF aponta que parte dos valores da propina ainda foram repassados para Aldemir Bendine, também de forma oculta e dissimulada, com o pagamento, pelo operador André Gustavo Vieira da Silva, de viagem internacional que o ex-presidente da Petrobras realizou no final de 2015 e início de 2016.

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