Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2017
Pressionado por ministros tucanos, o senador Aécio Neves (MG) destituiu o senador Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB nesta quinta-feira (9). Depois de conversar com tucanos governistas, Aécio foi pessoalmente ao gabinete de Tasso comunicar sua decisão.
No lugar do senador cearense, o mineiro indicou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para o lugar. Goldman deve ocupar o posto até 9 de dezembro, quando está marcada a convenção nacional do partido.
O ex-governador foi escolhido por ser o mais velho entre os oito vice-presidentes nacionais do PSDB. Segundo Goldman, é possível que, até a convenção, surja um terceiro nome.
Goldman disse que o senador mineiro tomou a decisão de destituir Tasso Jereissati do comando tucano porque tem “prerrogativa partidária” para isso, segundo o estatuto da sigla. “Aécio tem essa prerrogativa estatutária e eu apenas obedeço o estatuto. Vou procurar fazer uma disputa com mais isonomia”, disse Goldman.
Aécio argumentou que queria “isonomia” na disputa pela presidência do PSDB. Tasso disputa o cargo com o governador de Goiás, Marconi Perillo.
Ele inicialmente pediu que Tasso deixasse o comando do partido. Como resposta, ouviu que se ele quisesse mudança no cargo deveria decidir pela destituição de Tasso.
A conversa, na manhã desta quinta, teve tom ríspido. A destituição gerou reação imediata de tucanos que apoiam Tasso, dizendo que mais uma vez Aécio decepciona o partido. Eles acusam ainda o governo de Michel Temer de interferir na convenção nacional do PSDB.
Tasso assumiu interinamente o comando do partido em maio, após Aécio se licenciar do cargo por ter sido gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário e delator Joesley Batista.
Por dentro do PSDB
Tasso e Aécio teriam tido uma discussão dura antes do anúncio de que o senador cearense seria destituído da presidência do partido. O tucano mineiro pediu ao colega, na conversa, que renunciasse ao cargo para que houvesse “isonomia” na disputa. Tasso, então, segundo relato de aliados, respondeu em tom duro: “Você prorrogou seu mandato de presidente do partido sem consultar a executiva”. O cearense disse que não renunciaria e, diante do posicionamento, Aécio o avisou que, com base no estatuto, determinaria sua destituição.
Segundo interlocutores do senador cearense, Tasso conversou por telefone com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que teria demonstrado “perplexidade”. O ex-presidente interino recebeu telefonemas de tucanos de vários estados, entre eles de Alckmin.
A candidatura de Jereissati foi oficializada na última quarta (8). Ele deve ter como adversário na disputa o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), que tem o apoio do grupo ligado a Aécio.
Em conversa recente, Perillo disse ao senador cearense que aceitaria abrir mão caso o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fosse indicado para o cargo.
Outra opção debatida entre os tucanos é o governador Geraldo Alckmin ser ungido presidente do PSDB. Dessa forma, ele teria mais flexibilidade para articular sua pré-campanha presidencial.