Se o País hoje se divide no caloroso debate sobre a legalidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff, nas ruas, bares e redes sociais, quando o assunto é Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por outro lado, prevalece o consenso: Cunha tem que sair. Na crise política que mobiliza Brasília, só o apoio ao afastamento do então presidente da Câmara é capaz de unir espectros políticos tão opostos, dentro e fora do Parlamento.
Envolvido no esquema de corrupção da Petrobras, segundo investigadores da Operação Lava-Jato, Cunha construiu sua impopularidade tanto entre parlamentares e eleitores da direita quando da esquerda, ou mesmo entre aqueles que se declaram a favor ou contrários ao impeachment da presidenta. “Ficou evidente que Cunha não disse a verdade, quando afirmou que não tinha contas no exterior. Ele é mestre da ambiguidade, de aplicar golpes aos companheiros, tanto da direita quando da esquerda”, diz o professor de Ética e Filosofia Roberto Romano.