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Agência americana decide não proibir o agrotóxico associado a problemas de saúde em crianças

A decisão de não proibir o uso do pesticida, o clorpirifós , vem depois de anos de disputas legais. (Foto: Reprodução)

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) anunciou nesta quinta-feira (18) que não proibirá um pesticida amplamente utilizado por agricultores e associado a deficiências de desenvolvimento e outros problemas de saúde em crianças.

A decisão de não proibir o uso do pesticida, o clorpirifós, vem depois de anos de disputas legais, e representa uma vitória para a indústria química e os agricultores, que fizeram lobby para continuar usando a substância, argumentando que é necessário proteger as plantações.

Uma corte federal americana decidiu, em agosto passado, que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos deveria banir o uso do clorpirifós até meados de julho deste ano. No entanto, a agência afirmou que as evidências apresentadas sobre os danos da substâncias não são “suficientemente válidas, completas ou confiáveis”. A EPA acrescentou que continuará revisando a segurança do clorpirifós até 2022.

O produto, vendido sob o nome comercial de Lorsban, já foi proibido para uso doméstico, mas continua sendo amplamente utilizado pelos agricultores no cultivo de mais de 50 frutas, nozes, cereais e hortaliças.

O governo do presidente Barack Obama decidiu banir o clorpirifós em 2015, após estudos produzidos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos mostrarem que o pesticida tinha o potencial de prejudicar o desenvolvimento do cérebro de crianças. No entanto, em 2017, o governo do presidente Donald Trump reverteu essa proibição, desencadeando uma nova rodada de disputas judiciais.

Popularidade no Brasil

O clorpirifós é um dos agrotóxicos mais vendidos do Brasil. Segundo dados do Ibama , órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente , o uso desse agrotóxico no Brasil atingiu o pico em 2014, quando mais de 16 mil toneladas foram comercializadas.

Desde então, o número de vendas começou a cair até atingir pouco menos de 6.500 toneladas em 2017, último dado disponível.

Mesmo com a queda, a quantidade ainda é bem maior que a registrada em 2009 (pouco menos de 3 mil toneladas), quando a série histórica de dados sobre o tema começou a ser feita pelo Ibama.

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