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Brasil Agência indica que pode rebaixar em breve a avaliação de risco do Brasil

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Baixa aprovação do governo de Dilma Rousseff influenciou na avaliação negativa. (fotos: reprodução)

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s confirmou o temor do governo brasileiro ao anunciar nesta terça-feira (28) que colocou a nota do Brasil em perspectiva negativa.

Na escala da agência, o Brasil está no limite do grau de investimento, com a nota “BBB-“, mas a perspectiva deixou de ser neutra.

Com a decisão, a agência sinaliza que o País poderá passar a ter grau especulativo, o que poderia levar a uma alta dos juros brasileiros.

Esse movimento preocupa o governo Dilma também porque trará mais pressão de alta para o dólar. Após o anúncio, a moeda americana chegou a subir mais de 2% e a ser cotada a 3,44 reais, mas recuou.

Na semana passada, o governo reduziu a meta de superavit primário de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) para 0,15%.

A S&P não fez referência à medida, mas o governo já temia o possível rebaixamento de sua classificação em decorrência do anúncio.

O grau de investimento é uma condição atribuída por agências internacionais de classificação de risco a papéis, empresas ou países para definir que se trata de um investimento seguro – ou seja, com baixo risco de calote.

As notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Quanto melhor a classificação, menor tende a ser o desembolso com os juros dos financiamentos, e vice-versa.

Em nota, a agência afirma que investigações de corrupção caindo sobre políticos e empresas importantes têm tido peso cada vez maior na perspectiva fiscal e econômica do Brasil, colocando em risco a implementação da política econômica, particularmente no Congresso.

“Desde 23 de março de 2015, quando reafirmamos pela última vez os ratings do Brasil, os riscos de rebaixamento aumentaram. Alteramos a perspectiva para ‘negativa’, pois, apesar das amplas alterações nas políticas em curso, as quais acreditamos continuam recebendo o suporte da presidente, os riscos de execução aumentaram. Tais riscos têm suas origens tanto no front político quanto no econômico”, afirma comunicado da S&P.

No aspecto econômico, a S&P diz que prevê que a contração do PIB brasileiro seja maior e mais duradoura. A agência prevê queda de 2% do PIB em 2015, nenhum crescimento em 2016 e uma melhora tímida em 2017.

As investigações sobre escândalos de corrupção, afirma a S&P, aumentaram as incertezas políticas no curto prazo. Mas, ao mesmo tempo, “são um testemunho da estrutura institucional brasileira, que se contrasta com aquelas de muitos outros mercados emergentes”.

A agência cita o abalo na aliança entre PT e PMDB, os pedidos de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a queda da aprovação de seu governo a menos de 10% como fatores que sugerem a diminuição do apoio ao governo no Congresso para a aprovação de “necessárias” medidas do ajuste fiscal.

A S&P manteve a nota “A-3” da dívida de curto prazo em moeda estrangeira, “BBB+” da dívida de longo prazo em moeda local e “A-2” da dívida de curto prazo em moeda local. Também confirmou a avaliação escala nacional “brAAA”, cuja perspectiva se manteve “neutra”.

A agência disse que a classificação do Brasil reflete suas instituições políticas estabelecidas e seu amplo compromisso com políticas que mantêm a estabilidade econômica.

SÓ NO 4º TRIMESTRE

Na segunda-feira (27), após reunião da coordenação política com a presidenta Dilma, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou que a recuperação da economia deverá ficar para o último trimestre deste ano, e não mais para o início do segundo semestre.

Oficialmente, o governo fala numa retração da economia de 1,5% em 2015, mas reservadamente teme que seja pior, podendo bater em 2%.

De acordo com Barbosa, a redução da meta fiscal é “compatível com a manutenção dos principais programas do governo”.

O ministro disse ainda que o Planalto não pretende usar as reservas internacionais. “O governo não pensa em utilizar os estoques de reservas internacionais, que é um ativo que dá ao governo brasileiro maior autonomia na condução de sua política econômica”, completou.

Barbosa ressaltou ainda que vê sinais de recuperação em alguns setores da economia, como agronegócio e exportações, e que é “natural” que, com mudanças no cenário econômico, os preços flutuem e haja um aumento temporário da inflação, que deve ser reduzida no ano que vem.

“Estamos numa fase de reequilíbrio, numa fase de ajuste. Durante essa fase há um aumento temporário da inflação e uma redução da atividade econômica, com flutuação de alguns preços”, disse. Para ele, o importante é que a economia brasileira “absorva” essas flutuações sem grandes prejuízos. (Thais Bilenky/Folhapress)

Brasil está no último degrau do grau de investimento da S&P.

Brasil está no último degrau do grau de investimento da S&P.

tags: economia

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https://www.osul.com.br/agencia-indica-que-pode-rebaixar-em-breve-a-avaliacao-de-risco-do-brasil/ Agência indica que pode rebaixar em breve a avaliação de risco do Brasil 2015-07-28
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