Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2022
Foi incluído ainda olaparibe para dois tipos de cânceres em mulheres.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilA Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu incluir cinco novas tecnologias voltadas para tratamentos de câncer de ovário e fígado no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Ao todo, em 2022, foram incluídos 10 procedimentos e 20 medicamentos.
O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde reúne os procedimentos aos quais os beneficiários dos planos de saúde têm direito. Tratam-se de procedimentos considerados indispensáveis ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de doenças.
As novas inclusões anunciadas são: Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG), um dispositivo usado para o tratamento de sangramento uterino anormal; teste genético de mutação do gene BRCA, necessário para identificar as mulheres elegíveis ao tratamento oncológico com o medicamento olaparibe; e, radioembolização hepática, que é um procedimento em radioterapia usado para o tratamento de carcinoma hepatocelular em estágio intermediário ou avançado.
Foi incluído ainda olaparibe para dois tipos de cânceres em mulheres: tratamento de manutenção de pacientes adultas com carcinoma de ovário seroso ou endometrioide, de alto grau, recidivado, sensível à quimioterapia baseada em platina; e tratamento de manutenção de pacientes adultas com carcinoma de ovário, recentemente diagnosticado, de alto grau, avançado, que respondem à quimioterapia em primeira linha.
De acordo com a ANS, as propostas de atualização do rol foram recebidas por formulário eletrônico, disponível no site da ANS, e debatidas nos meses de junho e agosto.
Outras duas tecnologias sugeridas foram analisadas, mas tiveram a recomendação final desfavorável para inclusão ao Rol: implante subdérmico hormonal de etonogestrel para contracepção e a radioembolização hepática para câncer colorretal metastático.
Inflação de 20%
A Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH), a inflação da saúde suplementar, teve alta de 25% em 2021, em relação ao ano anterior. A taxa é mais do que o dobro do IPCA, índice oficial da inflação, medido no período, que foi de 10,1%. E a tendência, analisa o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) – que calcula o índice a partir dos dados informado pelas operadoras à Agência Nacional de Saúde (ANS) – é que o VCMH continue na casa dos 20% este ano.
A aprovação do PL 2.033/2022, que torna obrigatório as operadoras coberturas de procedimentos fora do rol da ANS, cumpridos alguns critérios técnicos, não deve ter grande impacto na inflação do setor este ano, mas não é possível, diz, ainda calcular o impacto nos próximos anos.