Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2024
A produção agroindustrial teve em abril o maior crescimento para o mês dos últimos dez anos, puxada pelo desempenho das indústrias de alimentação de origem animal, biocombustíveis e de fumo. O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro), elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio FGV Agro, subiu 12,1% na comparação anual.
O resultado fez com que a produção agroindustrial do primeiro quadrimestre deste ano registrasse crescimento acumulado de 4,1%, marcando o melhor resultado para o período desde 2018. O desempenho foi melhor do que o da indústria de transformação, que cresceu 3,6% no período.
No segmento de produtos alimentícios e bebidas, a produção de abril teve o maior crescimento da série histórica (iniciada em 2003), de 13,2%. O setor vem crescendo desde o ano passado.
A indústria de alimentação de origem animal registrou avanço de 20,2%, a maior alta dentre todas as agroindústrias acompanhadas pelo FGV Agro. Nesse ramo, houve avanços nos segmentos de carnes bovina, suína, de frango, laticínios e pecados.
A produção do segmento de não alimentícios teve crescimento de 10,7%. O destaque foi a indústria de biocombustíveis, que registrou avanço de 27,4%, com destaque para o aumento da produção de etanol de cana-de-açúcar. Em seguida, ficou a indústria de fumo, cujo crescimento foi de 18,9% no mês.
Outro destaque foi a produção de segmento de produtos têxteis, que aumentou 14,5%. Segundo o FGV Agro, o setor tenta se recuperar de uma retração marcada por pressão de custos e competição com a indústria chinesa.
Por outro lado, a indústria de insumos agropecuários registrou decréscimo de 0,9% na sua produção — o único setor da agroindústria com retração no mês. O setor vem sendo impactado pelo atraso na safra de verão, pelas incertezas com a safrinha de milho, e pelo aperto de margens dos produtores rurais.
Plano Safra
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou nesta semana que o Plano Safra de 2024/2025 será “recorde”. Fávaro destacou a importância de criar um modelo que possibilite o equilíbrio fiscal, reconhecendo a dificuldade de atingir a meta de zerar o déficit. “Já tivemos um Plano Safra recorde em 2023/2024, e a única ressalva feita pela Frente Parlamentar na época foi que o volume de recursos para equalização não foi o esperado. Agora, enviaram uma nova proposta”, disse.
Fávaro falou com jornalistas após uma reunião com a FPA (Frente Parlamentar de Agropecuária) e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O ministro afirmou que o anúncio do Plano Safra será feito “provavelmente” em Rondonópolis (MT), enquanto o lançamento para a agricultura familiar ocorrerá no Palácio do Planalto, em Brasília. A expectativa é que o plano familiar seja anunciado em 25 de junho e o empresarial em 26 de junho.
O ministro também mencionou que se tornou menos relevante o montante destinado à equalização dos juros, que é o custo assumido pelo governo nos empréstimos concedidos aos agricultores. Essa participação do Tesouro Nacional permite a redução das taxas de juros cobradas. “É menos relevante desde que haja um maior direcionamento de recursos da Poupança Rural e do depósito à vista, o que reduz significativamente os custos e permite que os bancos ofereçam as menores taxas possíveis aos produtores”, afirmou. As informações são do Globo Rural e da Agrimídia.