Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2018
Chegar a uma definição, junto aos países do Mercosul, sobre o melhor tipo de acordo internacional entre sistema tarifário ou livre comércio é o primeiro desafio brasileiro para fechar negócios com países da Ásia, Europa e América do Norte. A conclusão foi apresentada na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), durante o Tá na Mesa dessa quarta-feira (19). Juntamente com o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, participaram do encontro a coordenadora do Observatório Gaúcho da Carne, Andréa Veríssimo, e o diretor-presidente da Super Tratores Máquinas Agrícolas, Paulo Costabeber.
O presidente da Farsul reforçou o interesse do agronegócio brasileiro em comercializar com países asiáticos, mas explicou que, para isso, é preciso que o Mercosul, enquanto bloco econômico, tenha uma posição sobre qual sistema aderir nesse negócio. “Para a área rural, o melhor acordo seria de livre comércio, que é o que defendemos. Já para a indústria, principalmente a brasileira e a argentina, o ideal seria o sistema tarifário, porque são setores não competitivos”, explicou.
Segundo Gedeão, é fundamental que os países cheguem a uma decisão porque o agronegócio brasileiro necessita de mercados externos para crescer. “O Brasil é um país muito fechado para acordos, o que só atrasa seu desenvolvimento”, reforçou. Entre os países já interessados em fazer negócio com os brasileiros, Canadá e Coreia do Sul são os primeiros da fila. “Estamos bem avançados nos acordos com esses países. Já o diálogo com a Europa está mais difícil. Estamos tentando há 20 anos, mas é um bloco muito fechado, parecido com o Mercosul, nesse sentido”.
Para a unificação do bloco sul-americano, o diretor-presidente da Super Tratores Máquinas Agrícolas, Paulo Costabeber, lembrou que é fundamental que se pense sempre no produtor. “O Brasil é o país mais competitivo do mundo no setor do agronegócio. Precisamos aproveitar esse potencial e valorizar nosso mercado”, explicou. De acordo com ele, o Brasil é ainda o segundo maior produtor de máquinas tecnificadas do mundo, a caminho do primeiro lugar.
Essa perspectiva é confirmada a partir de dados apresentados pela coordenadora do Observatório Gaúcho da Carne, Andréa Veríssimo. Segundo estudos da Avelã Big Data, o Brasil, a partir do uso de tecnologia, poderá aumentar em 41% sua produção de alimento até 2027, número superior a de qualquer outro país. Segundo Andréa, outras novidades para o setor incluem ainda a criação da fazendas verticais, dentro de prédios, com luz artificial e diferentes processos; e o desenvolvimento de carnes em laboratórios a partir de células-tronco. Essas inovações já estão começando a ser produzidas e testadas ao redor do mundo.
Ao iniciar o Tá na Mesa, a presidente da Federasul, Simone Leite, prestou uma homenagem à Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí, pelos seus 90 anos. Ao receber a placa-homenagem, o presidente da Acigra, Régis Albino, agradeceu pela parceria e pelo empenho da Federasul com sua filiada.