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Economia Agropecuária lidera avanço do PIB do Brasil sem impacto na inflação

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Incerteza fiscal e preços administrados mantêm IPCA sob pressão. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

O impulso da agropecuária deve trazer importante contribuição ao crescimento da atividade brasileira neste ano, sobretudo no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, sem gerar pressões inflacionárias, pelo contrário, dizem economistas. Apesar disso, enquanto as projeções para o PIB geral e agro em 2023 sobem, as previsões para o IPCA também avançam, por causa, principalmente, das incertezas em torno da necessidade de recomposição de receitas para o governo fechar a conta fiscal.

A mediana das projeções do boletim Focus, pesquisa do Banco Central com o mercado, para o crescimento do PIB em 2023 se aproxima de 1%, com o agro crescendo quase 7%. No ano passado, o PIB brasileiro avançou 2,9% apesar da queda de 1,7% do agro, puxada pela quebra de safras importantes em meio a problemas climáticos e à elevação dos custos de produção, principalmente com restrições no mercado de fertilizantes por causa do envolvimento da Rússia na guerra com a Ucrânia.

“Esse cenário bom do agro é, sim, desinflacionário. É o que estamos acompanhando: tem, no cenário de PIB, uma produção boa que pega, principalmente, o primeiro trimestre, e isso acaba ajudando a inflação”, diz Felipe Kotinda, economista do Santander.

No cenário atual do banco, a previsão para a alta do PIB neste ano é de 0,8%, com avanço de 7,6% da agropecuária. “Ajuda bastante o fato de que o Brasil está colhendo uma safra recorde de 155 milhões de toneladas de soja, aumento de 20% em relação ao ano passado”, afirma Kotinda.

“Além disso, em 2022, teve um pânico global de que faltaria fertilizante por questões geopolíticas. Em dólares, esses preços já caíram. Isso até estimula o produtor a aumentar a área produtiva, o que também é baixista para a inflação”, acrescenta.

Os índices de preços aos produtores vêm precificando essas quedas, observa Maurício Une, economista-chefe do Rabobank Brasil. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), calculado pela FGV no âmbito do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), recuou 1,45% em abril e, em 12 meses, acumula queda de 4,5%.

“Temos a expectativa de que o IGP-M possa ficar ao redor de 4% em 2023. É um sinal de que está ocorrendo normalização das cadeias globais de produção e maior equilíbrio dos choques da pandemia e da guerra na Ucrânia. A dissipação desses choques ajuda a ter a visão de que a agropecuária pode contribuir para esse quadro geral de desinflação”, diz Une.

Soja e milho

Nos índices de preços no atacado, soja e milho acumulam quedas, em 12 meses, ao redor de 20%, nota Kotinda. “É um impacto significativo nos preços aos produtores. Isso é propagado e acaba chegando ao consumidor, principalmente pela cadeia da proteína, já que soja e milho são muito usados em ração animal”, diz. Em 12 meses até a prévia de abril, a alimentação no domicílio no IPCA acumula inflação de 5,8%, mas os preços das carnes em geral recuam 4,1%.

Ao mesmo tempo, a exportação brasileira de commodities deve registrar níveis bastante elevados neste ano, principalmente por causa da demanda forte da China. Soma-se a isso o fato de que a Argentina, importante fornecedor de grãos para o mundo, passa por uma situação contrária à do Brasil: sob o efeito do fenômeno natural La Niña, o vizinho deve colher metade da soja do ano passado, segundo Kotinda. “Se a Argentina não vai exportar, naturalmente, quem consome dela vai ter de comprar mais dos Estados Unidos e do Brasil. E a Argentina também é grande exportadora de farelo e óleo de soja e pode comprar o grão do Brasil para processar na sua indústria”, explica o economista.

Apesar do impulso às exportações do agro brasileiro, economistas dizem não ver restrições para a oferta interna, o que poderia barrar a contribuição benigna da agropecuária para a inflação.

“A atividade mais forte advinda do agro é desinflacionária, porque não vemos só preços domésticos caindo. Isso é muito importante”, diz a economista Mirella Hirakawa, da AZ Quest.

Kotinda, do Santander, observa ainda que o “estoque de passagem” de grãos de um ano para outro deve ficar acima do estimado como necessário. “No fim, acaba sobrando mais para o mercado doméstico”, afirma.

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https://www.osul.com.br/agropecuaria-lidera-avanco-do-pib-do-brasil-sem-impacto-na-inflacao/ Agropecuária lidera avanço do PIB do Brasil sem impacto na inflação 2023-04-28
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