Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2023
A defesa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição com senhas de e-mails e acesso à nuvem do celular supostamente perdido em viagem aos Estados Unidos. O ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, ainda não se manifestou sobre novas informações revelada pelos advogados. A petição é mantida sob sigilo.
Fontes ligadas à investigação aguardam a decisão para apurar as informações que podem ajudar a esclarecer o inquérito que apura a responsabilidade das autoridades na depredação do patrimônio público. Na Polícia Federal, a expectativa é que os dados sejam repassados para perícia produzir laudos técnicos com dados que serão extraídos.
Em fevereiro, foi divulgado que peritos conseguiram acessar os dados da nuvem do celular de Anderson Torres, mas não encontraram nenhuma informação relevante para o inquérito.
O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) é alvo das investigações sobre os ataques terroristas de bolsonaristas radicais de 8 de janeiro em Brasília e segue preso.
Na semana passada, a defesa também se reuniu com o subprocurador Carlos Frederico, que representa a Procuradoria-geral da República nas ações dos ataques golpistas de 8 de janeiro e demonstrou interesse em colaborar para esclarecer os fatos.
Nesta semana, a PGR defendeu que, agora que as investigações estão avançadas, a prisão de Torres pode ser substituída por medidas alternativas, como a utilização de tornozeleira eletrônica. O ministro Alexandre de Moraes também precisa se manifestar sobre este pedido.
Prisão
Alexandre de Moraes decidiu pela manutenção da prisão de Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL).
Na decisão, Moraes argumentou que a manutenção da prisão é justificada pela descoberta de novos indícios da participação de Anderson Torres em tentativas de dificultar a votação no 2º turno das eleições de 2022.
Segundo o ministro, a investigação reforçou a necessidade de manter o ex-ministro preso, em especial por causa de “depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos que apontam fortes indícios da participação do requerente na elaboração de uma suposta ‘minuta golpista’ e em uma ‘operação golpista’ da Polícia Rodoviária Federal para tentar subverter a legítima participação popular no 2º Turno das eleições presidenciais de 2022”
Em 30 de outubro de 2022, quando foi realizado o 2º turno, a PRF fez múltiplas operações e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte das blitze – que haviam sido proibidas no dia anterior por Alexandre de Moraes, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – aconteceu em estados do Nordeste.