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Política Vice-presidente eleito anuncia “pais” do Plano Real e ex-ministro de Dilma na equipe de transição

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Proposta que abre quase R$ 200 bilhões no Orçamento tem sido criticada pelo impacto fiscal. (Foto: Ricardo Stuckert)

O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou nesta terça-feira (8) os nomes do grupo técnico de economia durante a transição para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Farão parte desse grupo os economistas “pais” do Plano Real André Lara Resende, Pérsio Arida, assim como Nelson Barbosa (ex-ministro do governo Dilma Rousseff) e Guilherme Mello.

“Começamos o grupo técnico na economia com André Lara Resende, Nelson Barbosa e Guilherme Mello e Pérsio Arida”, disse. Alckmin lembrou que Lula já disse que quem faz parte da transição não necessariamente será integrante do novo governo.

André Lara Resende é um dos formuladores do Plano Real e declarou voto em Lula no primeiro turno das eleições presidenciais. O economista foi presidente do BNDES durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e, durante as eleições de 2018, assessorou a campanha da então candidata do Rede à Presidência Marina Silva. Um dos pais do Plano Real e ex-presidente do BNDES e do Banco Central, Persio Arida também declarou voto em Lula.

Guilherme Mello, por sua vez, é professor da Unicamp, integra a Fundação Perseu Abramo e foi um dos principais porta-vozes da campanha para a área econômica.

Já Nelson Barbosa foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff.

Há divergências no pensamento econômico dos quatro, como visões mais liberais e ou desenvolvimentistas em cada um deles. Perguntado sobre isso, Alckmin que são visões complementares.

“Não são visões opostas, são complementares. É importante ter num grupo técnico visões que se complementam, se somam. É uma fase transitória para discutir, elaborar propostas, definir questões”, afirmou Alckmin ao comentar sobre a composição da coordenação de economia.

Ele disse que garantir a recomposição do Orçamento é o mais urgente.

“O que é mais urgente é a questão social. Garantir o Bolsa Família de R$ 600 reais. Implementar os R$ 150 para família que tem a criança com menos de 6 anos. Por que? por que se a gente for identificar a pobreza absoluta, a fome, onde a questão social é mais grave é justamente nessa família com criança pequena.”

Social

Na área de assistência social, Alckmin anunciou os quatro nomes que vão comandar o setor: a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que havia sido confirmada mais cedo; as ex-ministras Márcia Lopes (PT) e Tereza Campello; além do deputado estadual mineiro André Quintão (PT-MG).

Alckmin assinou nesta terça a portaria que instala o Gabinete de Transição. O local onde a equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá trabalhar fica no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília (DF).

O vice-presidente eleito foi escolhido como coordenador da transição. Haverá 31 grupos temáticos, como economia e desenvolvimento social, além de comitês políticos liderados pelos presidentes dos partidos aliados ao PT.

PEC da Transição

Alckmin ainda desconversou quando questionado sobre como o governo de transição pretende abrir espaço no Orçamento de 2023 para despesas como o Bolsa Família de R$ 600. Entre as possibilidade está uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a edição de medidas provisórias ou o remanejamento de rubricas do Orçamento. A decisão final será de Lula.

O vice-presidente eleito assinou três portarias que marcam o início formal dos trabalhos da transição de governo. Uma das portarias nomeia um “conselho político”, com representantes dos partidos que formaram a coligação Lula e novas siglas que se juntaram ao grupo após a eleição.

Serão membros desse conselho: Antonio Brito (PSD), Carlos Siqueira (PSB), Daniel Tourinho (Agir), Felipe Espírito Santo (Pros), Gleisi Hoffmann (PT), Guilherme Ítalo (Avante), Jeferson Coriteac (Solidariedade), José Luiz Penna (PV), Juliano Medeiros (PSOL), Luciana Santos (PCdoB), Wesley Diogenes (Rede) e Wolnei Queiroz (PDT).

Outra portaria nomeia três coordenadores para a transição: Aloizio Mercadante, coordenador do grupo técnico do gabinete; Floriano Pesaro, coordenador-executivo do gabinete; Gleisi Hoffmann, coordenadora da articulação política do gabinete de transição.

Alckmin assinou ainda uma portaria na qual solicita ao Tribunal de Contas da União (TCU) que envie ao gabinete de transição relatórios de tomadas de conta, auditorias, inspeções entre outros tipos de monitoramento feitos pela Corte sobre as finanças do Executivo.

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