O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), assumiu o cargo na tarde desse sábado (1º). Ele comandará a Casa até 2027. Em seu discurso, Alcolumbre usou termos como “pacificação”, “consenso” e “Casa de iguais”. Ao mesmo tempo, defendeu um posicionamento “corajoso” do Senado frente aos outros poderes e à sociedade.
“O Brasil clama por pacificação, por um ambiente de respeito e cordialidade, onde as diferenças sejam vistas como oportunidades de crescimento”, disse.
“É nesse contexto que o Congresso Nacional deverá ser porta-voz do sentimento dos brasileiros que nos colocaram aqui. Pensar e agir no sentido de facilitar a vida do cidadão, dando mais oportunidades, mais liberdades, mais sonhos. Por vezes, isso nos exigirá um posicionamento corajoso perante o governo, o Judiciário, a mídia ou o mercado. Nem sempre agradaremos a todos”, seguiu.
Em momentos mais “pacificadores” do discurso, Alcolumbre disse que “continua igual” e que não está em busca de protagonismo individual.
“Eu quero ser um catalisador do desejo deste plenário e ajudar a construir consensos que forem necessários para melhorar a vida da população brasileira”, continuou.
Amplo apoio
Sob aplausos, Alcolumbre comparou a votação que recebeu na primeira eleição para presidir o Senado – 42 votos, em 2019 – com os 73 votos recebidos nesse sábado.
“Isso representa claramente o amplo respaldo político que este plenário está conferindo ao projeto coletivo que nós construímos juntos. Esse amplo apoio, mesmo em um contexto com várias candidaturas, demonstra que o Senado Federal está unido e sabe a direção na qual pretende caminhar”, disse Alcolumbre.
“Quero reafirmar que nesta presidência seremos uma Casa de iguais, onde cada senadora e cada senador terá voz e espaço, independentemente da sua ideologia ou orientação política”, declarou.
O placar final foi:
– Davi Alcolumbre (União-AP): 73 votos – eleito
– Astronauta Marcos Pontes (PL-SP): 4 votos
– Eduardo Girão (Novo-CE): 4 votos
Críticas
Alcolumbre criticou a falta de prioridade para matérias já aprovadas na Casa e disse que pretende rever a prática da Câmara dos Deputados de anexar propostas do Senado a projetos em estágio inicial, o que acaba dando protagonismo à outra Casa Legislativa. Para o novo presidente do Senado, um dos principais desafios da Casa será garantir a governabilidade sem abrir mão da independência. Ele afirmou que a palavra empenhada entre os senadores deve ser mantida para garantir um ambiente político mais previsível e confiável:
“É essencial respeitarmos o papel do Judiciário em nosso sistema democrático, mas é igualmente indispensável respeitar as prerrogativas do Poder Legislativo e garantir a este Parlamento que possa exercer o seu dever constitucional de legislar e representar o povo brasileiro. Acordo firmado é acordo cumprido, até que um novo acordo ou uma nova maioria pense diferente.”
Biografia
Nascido em 19 de junho de 1977, em Macapá, Davi Alcolumbre iniciou a trajetória política como vereador da capital amapaense, eleito pelo PDT em 2001. No ano seguinte, tornou-se deputado federal, mandato que renovou por duas vezes, em 2006 e 2010. Em 2014, sagrou-se senador e, em 2019, foi escolhido presidente da Casa pela primeira vez, o mais jovem a ocupar o cargo. Ele foi reeleito para o Senado em 2022 e comandou, até o ano passado, a Comissão de Constituição e Justiça.